“Não coloquem limites, nós podemos subir montanhas” aconselha a estudante de Puplicidade e Propaganda Luiza de Lucena Godoi Acosta. A jovem com síndrome de Down vence barreiras e sonha morar nos Estados Unidos para trabalhar com cinema.
Quando Luiza nasceu foi uma surpresa para toda a família. “Só soubemos da síndrome depois do nascimento dela e logo ela precisou fazer uma cirurgia no coração”, conta Fabíola Acosta, mãe de Luiza. Após a recuperação, a família tomou duas decisões: não tratar a filha de maneira diferente e estimular ao máximo o seu desenvolvimento.
Luíza foi para a escola com apenas 1 e 8 meses. “Ela foi a primeira aluna Down da escola e aconteceu algo muito especial: ela foi recebida de braços abertos, mesmo antes da lei de inclusão, criamos uma rede de apoio junto com a terapeuta ocupacional para que todos falassem a mesma língua.”
Esse mesmo apoio foi dado pelos colegas. “Muitos pais me diziam que ter a Luiza na escola era especial porque os seus filhos aprendiam a respeitar as diferenças”. A menina foi oradora da turma na formatura do ensino fundamental. No ensino médio, precisou de um apoio maior e as atividades foram adaptadas.
“Nunca pensei que minha filha faria a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), mas ela estava animada, fazia simulados, participou da Olimpíada de Química”, conta a mãe. Diante da animação da estudante, a família pensou em apoiar um curso EAD (Ensino a Distância), mas Luiza foi além.
“Eu me interessei pelo curso de Publicidade, gostei da ideia, sabia do desafio de estudar a noite e ir para outra cidade, mas vou sozinha, sou independente”, diz confiante a universitária. “Se você tem um sonho, precisa ir atrás.”
Luiza Acosta quer trabalhar com cinema
Arquivo Pessoal
“Nós entendemos que a educação é para todos e trabalhamos para que cada vez mais pessoas tenham acesso ao ensino superior, como forma de ampliar seus horizontes”, diz Eduardo Aparecido, coordenador do curso de publicidade e propaganda da Unopar Arapongas.
Com relação ao desempenho da aluna, diz: “Ficamos felizes em acompanhar a evolução diária e o esforço da Luiza e de sua família, que tem um papel fundamental no processo. Ela inspira e ensina a todos sobre superação, não apenas a nós, professores, mas também seus colegas de sala sobre respeito e inclusão.”