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Mulher e criança resgatadas em Rodrigues Alves eram impedidas de ir ao médico para cuidar de ferimentos após agressões


A mulher e a enteada de 12 anos que eram mantidas em cárcere privado em Rodrigues Alves, interior do Acre, e foram resgatadas pela Polícia Civil eram impedidas até mesmo de ir ao médico. Espancadas constantemente pelo agressor, as vítimas cuidavam dos ferimentos em casa, no Ramal do Havaí, zona rural.


O homem foi preso em flagrante após a polícia receber uma denúncia anônima e ir até o local, na terça (11). Segundo as investigações, as agressões duraram pelo menos oito anos.


A criança é filha do suspeito. A polícia afirmou que o pai batia na menina com pedaços de paus e até com uma pá nas mãos. A menina já foi entregue para a mãe biológica.


O delegado responsável pelas investigações, Obetâneo dos Santos, disse que pediu uma medida protetiva para garantir que o suspeito não se aproxime da ex-mulher caso seja liberado pela Justiça.


“Em uma das sessões de tortura ficou com as mãos inchadas. Na companheira dele, em uma das surras, ficou muito tempo sem se locomover por causa da lesão na perna esquerda dela. É uma pessoa extremamente do mal. Não permitia que saíssem da zona rural porque temia que chegasse ao conhecimento da polícia. Quando a menina apanhou e ficou com as mãos inchadas foi impedida de ir ao médico”, afirmou.


Santos explicou que vai indiciar o suspeito por violência doméstica e cárcere privado. Além disso, ele pediu uma medida protetiva para a mulher.


“Pedi a medida protetiva. Se eventualmente ele for liberado, não poderá se aproximar ele. A menina foi entregue para a mãe, mas é uma mulher muito pobre. Vai ajuizar uma ação para que ele pague pensão”, contou.


A polícia submeteu a criança a exames para saber houve abuso sexual. As análises deram negativo. O delegado destacou que pediu apoio assistencial e psicológico para as vítimas.


Situação desesperadora


O cenário encontrado pela polícia na casa era de desespero. Santos disse que as vítimas estavam bastante assustadas e sem acreditar que estavam sendo resgatadas.


“As ameaças eram constantes que quando perceberam nem imaginaram que era a polícia tentando tirar elas dali. Ele ficou cabisbaixo. A situação era vexatória. A companheira dela é uma mulher muito trabalhadora, tinha criação de galinhas e porcos, olhei nas mãos e na pele e é bem sofrida. São muito simples e trabalham de sol a sol para não passar fome”, concluiu.


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