O motorista da BMW que atropelou e matou Jonhliane Paiva de Souza, de 30 anos, nesta quinta-feira (6), Ícaro José da Silva Pinto, ainda não se apresentou à Polícia Civil até o início da manhã desta sexta (7). A informação foi confirmada pelo delegado que investiga o caso, Alex Danny, em entrevista à Rede Amazônica Acre.
Além disso, o delegado disse que já foi identificado que havia uma segunda pessoa com Pinto no carro e que aguarda para que ela seja ouvida. E acrescenta que tenta identificar o motorista que conduzia o carro branco, um new beetle que estaria envolvido no racha.
“A gente pode certificar que Ícaro conduzia o veículo BMW, estamos agora na fase de fazer o levantamento com relação ao condutor do veículo branco que era um new beetle. Há especulações sobre a condução desse veículo, mas acredito que em breve a gente vai poder dar uma resposta com relação também a essa outra pessoa”, afirma o delegado.
Jonhliane foi atropelada enquanto ia para o trabalho na manhã de quinta. Ela trafegava pela Avenida Antônio da Rocha Viana, quando foi atingida pelo carro conduzido pelo filho do ex-juiz eleitoral José Teixeira Pinto. Imagens de câmeras de segurança mostraram a velocidade que a BMW passou na via.
Pelas imagens é possível ver quando passa um carro vermelho, logo depois uma motocicleta vermelha. Logo em seguida passam mais dois veículos, quando um carro azul, em alta velocidade, passa pela direita e deixa algum objeto flutuando devido à alta velocidade.
O G1 entrou em contato com o ex-juiz José Teixeira Pinto, nesta sexta (7), mas ele disse que preferia não comentar o assunto.
As informações da polícia são de que relatos de testemunhas apontam que o motorista fazia um racha com outro veículo quando atropelou e matou Johnliane. E apontam que o rapazestaria bêbado na hora do acidente.
Estratégia de defesa
O delegado afirmou que Pinto ainda não se apresentou e que também não mandado de prisão expedido contra ele e não espera que ele se apresente.
“Ele é parte do inquérito, parte principal na qualidade de investigado e acredito que seja uma questão de estratégia de defesa a sua não apresentação. Sinceramente, da minha parte, da Polícia Civil, não tenho essa ideia de que ele venha se apresentar, ou se apresente espontaneamente. É uma estratégia de defesa que a gente respeita, e faz o trabalho que nos cabe. Não há mandado de prisão para o Ícaro. E, no veículo conduzido por Ícaro, há a certeza da existência de uma outra pessoa. Já foi identificada e dentro em breve a gente espera que seja feita a oitiva dela aqui na delegacia”, disse.
O caso foi apurado inicialmente pela Departamento da Capital e do Interior da Polícia Civil. Porém, o inquérito foi repassado para a Delegacia da 1ª Regional da Polícia Civil. À Rede Amazônica Acre, o delegado que vai conduzir as investigações, Alex Danny, explicou que já foram coletadas as provas no local do acidente, perícia foi feita e a polícia também pegou as imagens das câmeras de segurança próximas do local.
Foram feitas as perícias que tinham que ser feitas naquele local, as coletas preliminares foram conduzidas e levadas adiante pela equipe de investigadores da Delegacia de Homicídios [DHPP] e nos foi repassada, foi solicitada por nós a requisição desse veículo e ele se encontra hoje formalmente apreendido dentro do inquérito policial e vai passar por novas perícias de critérios, itens que acredito ainda sejam necessários naquele veículo”, acrescentou.
Sobre o outro veículo, o new beetle, o delegado afirma que há a possibilidade de dois irmãos estarem nele e que foi verificado que o carro pertence a uma terceira pessoa.
“A gente precisa de uma base concreta para informar tanto para trazer para dentro do inquérito como também para informar a sociedade. Além da questão dos dois irmãos foi verificado que o veículo pertence a uma terceira pessoa”, concluiu.
Investigações
Ainda na tarde de quarta (6), o delegado tinha afirmado que não é possível dizer se o motorista vai responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, ou doloso, quando há intenção. Ele acrescentou que tem 30 dias para concluir o caso.
“Estamos na fase preliminar de receber os relatórios policiais, documentos periciais e estamos solicitando a situação do veículo para fazer outras perícias. É uma situação muito triste, que traz uma comoção social, era uma moça que estava seguindo para o trabalho e é acometida por um acidente fatal como esse. Então, a Polícia Civil está sensibilizada ao caso e com certeza vamos encerrar no processo de investigação.