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Investigador apresenta documentos da Funai que revelam ataque de Óvnis a indígenas no Acre


O que antes só existia no plano dos rumores ou boatos, agora toma uma conotação, ao menos, mais fundamentada e contundente. O investigador de ocorrências ufológicas Rony Vernet, natural do Rio de Janeiro, conseguiu no início deste mês de agosto de 2020 a liberação de documentos pelo governo que indicam possíveis ataques de Objetos Voadores Não Identificados (Óvnis) a povos indígenas do Acre, mais precisamente no município de Marechal Thaumaturgo.


Rony é engenheiro eletrônico, mas nas horas vagas investiga ocorrências ufológicas – associadas a objetos voadores não identificados – e obteve recentemente documentos oficiais da Fundação Nacional do Índio (Funai) sobre ataques ocorridos em 2014 ao povo indígena Kampa do Amônia, conhecido como Ashaninka, no Acre, já fronteira com o Peru.


Os novos documentos que, segundo Vernet, apontam para a veracidade da aparição de Óvnis no Estado são: uma carta-denúncia da comunidade indígena – solicitando ajuda da Funai -; uma informação técnica feita pela própria Funai resumindo a ocorrência e uma resposta da Funai a um ofício da Procuradoria da República no Acre.


Em um vídeo publicado em seu canal no YouTube, o investigador resume o caso e disponibiliza os documentos com o intuito de divulgar a informação ao maior número de pessoas possível. “Já solicitei outros documentos aos órgãos competentes, os quais deverão ser tornados públicos em breve”, afirmou em entrevista ao ac24horas.


Todos os documentos foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação. Foi verificado que, de fato, houve uma movimentação intensa e articulada entre entidades federais após a oficialização de um provável ataque de Óvnis na localidade indígena. Na ocasião, um índio atirou com uma espingarda num objeto voador que estava com uma luz muito baixa. Conforme consta, essa luz focou no índio, que sofreu uma descarga elétrica e caiu desacordado.


À época, a Funai confirmou o ocorrido, mas disse que a Superintendência da Polícia Federal no Acre é quem ficou responsável pelas diligências e relatório, e não liberou nenhum documento mais detalhado, apenas um comunicado informando que teria apurado mais informações sobre o caso. “Com base nesse pedido de 2016 [dos documentos] conversei com a Funai e fiquei sabendo que havia tido um outro caso na mesma tribo. Consegui os documentos com a Funai”, explica o investigador.


Em um dos casos de 2016, esses objetos desceram muito baixo, jogando foco de luz nos índios. Os documentos relatam que uma indígena que estava grávida sofreu um aborto espontâneo após ser atingida pela referida luz, enquanto que outros índios atingidos, três no total, encontravam-se enfermos, apresentando dor de cabeça e desequilíbrio sensorial. Uma deles com o corpo em choque. “Teve uma informação técnica da Funai falando que houve uma investigação do Ministério Público com permissão da Polícia Federal sobre esse caso, e uma resposta da Procuradoria da República do Acre falando que não havia tido mais esses casos [Óvnis] entre 2013 e 2015”, detalha.


Funai pede investigação


Foi protocolado entre 2014 um pedido de investigação que partiu da própria Coordenação Regional do Juruá pertencente à Funai sobre o aparecimento de objetos não identificados na região dos Ashaninkas. Lideranças da etnia relataram em ofício a observação de objetos estranhos, luzes e bolas de fogo, que apareciam sobre a Aldeia Apiwtxa, em Marechal Thaumaturgo.


O investigador solicitou que a Funai publicasse tais documentos no acervo de Óvnis nacional, o que ainda não foi feito. “A partir do caso de 2016, que foi amplamente anunciado, iniciei uma investigação e vi que as ocorrências [de Óvnis] iniciaram, na verdade, em 2013 nessa região”, salienta. Os relatos partiram de indígenas altamente socializados com a comunidade não indígena, que mantinham uso da internet e contato, inclusive, com artistas brasileiros, como Benky Piyako Ashaninka, de família indígena tradicional na região e bastante voz de liderança local.


Uma informação técnica n° 09 emitida pela Funai e Ministério da Justiça, em setembro de 2016, diz: conforme relatado pela Coordenação Regional de Juruá/Ac, desde março deste ano são promovidas reuniões periódicas com as lideranças da TI Kampa e Isolados do Envira Feijó/AC, com vistas a acompanhar, junto aos indígenas, uma solução para a questão”.


Houve envolvimento de instituições a par do caso como a Polícia Federal, a Polícia Militar, Funai, Ministério Público e o Exército, este último respondeu ao caso dizendo que as aparições estranhas poderiam se tratar de um conflito entre tribos indígenas. “A procuradoria fez uma investigação desde 2013 para poder verificar o que estava ocorrendo ali na tribo dos Kampa”, diz o investigador carioca.


Pedido de ajuda dos Ashaninkas


Em comunicado enviado em 31 de julho de 2014, o povo Ashaninka detalhou: “Trata-se de uma esfera de cerca de 4 metros de diâmetro, que dispara feixes de luz, geralmente na cor azul. Os moradores da aldeia tentaram fotografar e filmar o objeto, mas não tiveram sucesso, já que, quando este se encontrava próximo ao solo, as máquinas simplesmente não funcionavam. As imagens fotográficas foram conseguidas apenas quando o objeto estava distante”.


Em outro trecho da carta, enviada por Benky Piyako Ashaninka, ele afirma que comunidade prepara um relatório com as fotografias e informações para apresentar à Funai. “De todo modo, solicito à Funai que intervenha, junto à Polícia Federal e ao Exército, para tomar uma medida de observação para a identificação do objeto, já que a comunidade encontra-se em estado de insegurança”, pede.


Benky Piyako Ashaninka, uma liderança do povo em questão, sempre teve contato com personalidades famosas, como o cantor brasileiro Milton Nascimento, que nos anos 90 esteve no Acre, o encontrou e ainda compôs uma música chamada ‘Benky’. O líder indígena já recebeu várias homenagens e viajou o mundo, incluindo a Organização das Nações Unidas (ONU). Um ser bastante articulado no mundo indígena e no não indígena. “Isso tudo torna os relatos mais confiáveis, sendo uma pessoa mais esclarecida, com mais informações, tendo essa liderança que ele é. Quando esses relatos vieram à tona, se talvez fosse outra liderança, de outra tribo, não teria levado toda essa seriedade”, conta Rony.


Após a carta enviada por Benky, a Funai, conforme contou o investigador, gerou uma informação técnica n° 15, da coordenação regional do Juruá, em agosto de 2014.


Os bastidores no governo


Os documentos revelam que, à época, o assessor indígena do governo do Acre, o secretário de justiça do estado, o comando do 61º Batalhão de Infantaria e Selva e a superintendência da Polícia Federal entraram em contato a procura de mais informações dos possíveis Óvnis, uma vez que Francisco Piyanko, irmão de Benky Ashaninka e assessor especial do governo (lotado na secretaria de Planejamento do Estado) havia alertado sobre o ocorrido. Somente o Exército não se interessou pelo caso.


“Assim como no caso de Varginha, onde o Exército dava justificativas bem estranhas, nesse caso [do Acre] o Exército desviou e falou que o caso era apenas um conflito entre tribos. Já a PF reforçou o contato no intuito de realizar uma missão emergencial para apurar os fatos”, explica Vernet. “Se a Polícia Federal entendeu que aquilo tinha importância, certamente a PF não tinha informação de que era apenas um conflito entre tribos, tanto que eles foram fazer essa missão lá na tribo”, completa.


Os autos esclarecem que a presença dos agentes federais na aldeia durou somente dois dias, onde, segundo informações de um deles, “não foi possível ver nada, somente apurar algumas informações”. A Funai diz que não teve acesso ao relatório escrito pela PF nessa missão. Os indígenas também relataram que as aparições do objeto deixou a comunidade assustada. “As atividades de caça e pesca foram afetadas, pois o horário recorrente em que se visualiza [os Óvnis] é às, 18 horas, no momento preferido para estas tarefas”.


Também é dito que os Óvnis não eram visualizados em período de lua cheia. “Há um livro do ufólogo Marco Antonio Petit que ele fala de uma estatística de Óvni que apareceram na Serra da Beleza, no Rio de Janeiro, e que em períodos de lua cheia eram em que menos apareciam os objetos em comparação ao período de lua nova”, acrescenta o investigador. Rony ressalta que em determinado trecho do documento apresentado, a Funai recomenda que seja empregada as forças do Exército e da Aeronáutica no caso do Acre, após investigarem e verificarem a gravidade da situação.


O ac24horas entrou em contato com representantes da Funai no Acre, mas foi informado de que somente a assessoria de comunicação, em Brasília, poderia atender aos questionamentos relacionados ao possível aparecimento de Óvnis em aldeias do Juruá. A reportagem enviou e-mail solicitando tais informações, mas até o fechamento desta notícia, não recebeu retorno. O espaço segue aberto para ponderações da instituição.


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