Um homem ouvido como testemunha da investigação sobre o assassinato do pastor Anderson do Carmo relatou que a deputada Flordelis (PSD-RJ), acusada de ser a mandante do crime, promovia rituais de purificação com sexo na casa do casal, à época no Rio Comprido, Zona Norte do Rio.
Segundo reportagem do EXTRA, na edição desta terça-feira (25) do jornal Extra, o homem disse à polícia que conheceu Flordelis em 1995 ao entrar para um grupo de orações no Lote Quinze, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Ao ser convidado para participar de um grupo de orações na casa da deputada, o homem diz que passou por um ritual de purificação, em que foi obrigado a ficar isolado em um quarto durante sete dias. Nesse período, tinha que vestir roupas brancas e alimentava-se apenas de arroz e legumes. Ele relatou que no período ficava com uma bíblia, rezando, e recebia visitas de algumas pessoas da casa, consideradas por ele um grupo mais seleto, que participava de rituais secretos.
Durante esse tempo, ele teria recebido visitas de Flordelis sozinha, com quem teria feito sexo. “O declarante se recorda que aquilo lhe causou um efeito como se fosse mágico, pois considerava que havia tido relações praticamente com um ser divino, pois era assim que Flordelis se apresentava”, diz trecho do depoimento do homem, que afirma ainda que à época, Anderson era uma espécie de guardião de Flordelis.
A testemunha relata ainda que Anderson pediu autorização para Flordelis para se relacionar com uma das “filhas” adotadas pelo casal. “Diz que Flordelis autorizou e de fato ocorreu por vezes. No entanto, a jovem não gostava dessa situação, mas obedecia o que era determinado por Flordelis”, diz trecho do depoimento.
A deputada – que é pastora e cantora também – ainda recebia, segundo o rapaz, pastores estrangeiros e oferecia uma das filhas para manter relações sexuais com eles. No total, Flordelis e Anderson dizem que adotaram 55 crianças e jovens.
O homem ainda relatou aos policiais que presenciou a realização de um ritual no qual Flordelis solicitou a alguns filhos que cortassem a mão com uma pequena faca e escrevessem com o sangue salmos da Bíblia.
Outro fato bizarro narrado foi a realização de um ritual no qual o pastor Anderson ficou pelado no centro de um círculo feito de giz. Flordelis então iniciou uma espécie de reza ou manta, no qual oferecia Anderson como oferenda.
O homem também contou aos policiais que recentemente foi diagnosticado com transtorno de personalidade esquizotípica e toma medicamentos regulares há seis meses. O homem contou que a doença não chegou a se manifestar ou lhe incomodar em épocas anteriores.