A extrema pobreza aumentou no Acre entre os anos de 2018 e 2019. O contingente de pobres e extremamente pobres no Estado do Acre perde para poucos Estados, a começar pelo Maranhão, que lidera o ranking da miséria no País. Mais de 17,4% dos acreanos viviam com menos de US$ 1,90 (cerca de R$ 4,08) por dia. Esse percentual subiu para 18,9% em 2019. Os dados são do Banco Mundial e foram divulgados neste último final de semana.
Quando assumiu o governo, Gladson Cameli prometeu produzir riqueza e melhorar a distribuição de renda e o carro chefe de sua gestão deveria ser o agronegócio, mas o setor não avançou. A gestão do ex-secretário Paulo Wadt foi considerada perdida com devolução de recursos por falta de projetos que atualmente tentam se resgatados pelo pecuarista e médico veterinário Edivan Maciel, atualmente titular da pasta.
A principal pasta de política social no Acre, a Secretaria de Estado de Assistência Social, Direitos Humanos e Políticas para Mulheres (SEASHM), também sofreu alteração em sua gestão. Após um ano e cinco meses, o governador resolveu exonerar a sua tia, Claire Cameli e nomear a pedagoga Ana Paula Lopes Lima.
As mudanças no setor produtivo e no setor social ainda não contam com os efeitos esperados. Somente em Rio Branco, onde se concentra maior parte da população, mais de 138 mil pessoas estão inscritas no cadastro único.
O alívio vem por conta da pandemia. Com ajuda do Banco Mundial, o governo do Acre criou o Auxílio do Bem, uma transferência de renda no valor de R$ 150 para compra de alimentos no comércio conveniado. Embora já seja peça de marketing pela estatal de comunicação oficial, ainda não foi divulgado a abrangência desse benefício, o tempo de permanência e nem o impacto econômico.
A secretaria de assistência social articula com os órgãos municipais de assistência social, para identificar as famílias que estão no Cadastro Único e ainda não receberam auxílio emergencial ou outro benefício do governo federal.
O auxílio pago pelo governo federal é de R$ 600. Neste domingo (16), segundo o jornal O Globo, a transferência paga pelo presidente Jair Bolsonaro ajudou a reduzir a pobreza e a desigualdade em todo o país, caindo ao menor patamar da história.
O programa do governo federal consome R$ 50 bi mensais e especialistas afirmam que impacto fiscal impede que o benefício seja permanente.
Se funcionar com a mesma eficiência da transferência federal, o auxílio do bem pode ajudar a reduzir desigualdades e o nível de extrema pobreza, mas, assim como o presidente Jair Bolsonaro, o governador Gladson Cameli não poderá contar com esse recurso de forma constante. O desafio de construir riquezas continua batendo na porta do governo.