O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) enviou um ofício ao Ministério Público do Estado nessa sexta-feira, 14, pedindo sejam providências para evitar danos à saúde pública após a prefeitura de Rio Branco implantar uma cabine de desinfecção humana, supostamente usada como uma medida de proteção contra o novo coronavírus, na Rodoviária Internacional da capital.
A secretaria municipal de Saúde de Rio Branco e o Dr. Osvaldo Leal, coordenador do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 também foram notificados. O CRM usa como base a nota técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que diz “faltar evidências científicas” de que o uso de estruturas como câmaras, cabines e túneis para desinfecção de pessoas tenha eficácia, enquanto medida preventiva contra a Covid-19.
Outro ponto citado é o fato de que a utilização desse tipo de estrutura pode dar às pessoas uma falsa sensação de segurança. “Desse modo, levar ao relaxamento das práticas de distanciamento social, de lavagem das mãos frequente com água e sabão, de desinfecção de superfícies e outras medidas de prevenção”, afirma.
De acordo com a entidade, a cabine utiliza diversos produtos químicos, como: hipoclorito de sódio, dióxido de cloro, peróxido de hidrogênio, quaternários de amônio, ozônio, iodo, triclosan, clorexidina, entre outros, que podem ser danosos à saúde da população, uma vez que são aplicados diretamente na pele e nas roupas.