O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta 4ª feira (26.ago.2020) que barrou uma versão do projeto de renda mínima, chamado de Renda Brasil, porque ela prejudicaria a população de baixa renda. A ideia apresentada pela equipe econômica seria enviada ao Congresso, mas o presidente disse que não deixou porque ela tiraria recursos de pessoas pobres para dar a outras mais pobres ainda.
“A proposta que a equipe econômica apareceu para mim não será enviada ao Parlamento, não posso tirar de pobres para dar paupérrimos”, declarou em discurso no religamento do alto-forno 1 da Usina de Ipatinga, da Usiminas, em Minas Gerais.
O chefe de Estado disse ainda que esse programa, que deveria ter sido apresentado nesta 3ª feira (25.ago), está “suspenso”. Segundo Bolsonaro, depois de não gostar da 1ª proposta, o governo irá “voltar a conversar”.
O anúncio deveria incluir anúncio detalhes do Renda Brasil, que pretende absorver o Bolsa Família e outros programas já existentes. O valor médio do benefício deverá passar dos atuais R$ 190 para algo de R$ 250 a R$ 300.
O governo também formula 1 plano de recuperação econômica. A meta é viabilizar a execução de obras. Para isso, espera liberar R$ 5 bilhões para obras ainda neste ano. O governo pedirá o montante ao Congresso via projeto de lei. Para 2021, o governo apresentará uma PEC (proposta de emenda à Constituição).
Apesar do adiamento do anúncio do pacote de Guedes, a apresentação do novo Minha Casa Minha Vida foi mantida. O programa habitacional marco das gestões petistas foi rebatizado de Casa Verde Amarela. O projeto é coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional.
Uma das ideias da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, para o Renda Brasil era de cortar o abono salarial de quem ganha até 2 salários mínimos para bancar o novo programa de renda básica do governo de acordo com o presidente.
“Não podemos fazer isso daí com, por exemplo, a questão do abono para quem ganha até 2 salários mínimos. Seria 1 décimo quarto salário, não podemos tirar isso de 12 milhões de pessoas para dar para o bolsa família ou renda Brasil, seja lá o que for o nome desse novo programa”, completou.
Bolsonaro voltou a confirmar que o auxílio emergencial para informais enfrentarem a pandemia de coronavírus será estendido até dezembro. Ele ressaltou, entretanto, que o custo para os cofres públicos é alto e que será preciso por 1 ponto final.
É uma conta pesada, sabemos que os r$ 600 é pouco para muita gente que recebe, mas é muito para o país que se endivida e, lamentavelmente, como é emergencial, temos que ter um ponto final nisso.
“Não podemos ad eternum bancar 65 milhões de pessoas com R$600, R$1200 e algumas até com R$ 1800 por mês. Nós resolvemos então estender até dezembro, o valor não será R$200, nem R$600, estamos discutindo com a equipe Econômica”, disse.
“O que aconteceu agora há pouco na entrada, graças a Deus, tem acontecido em qualquer lugar que eu vá do Brasil, seja Nordeste ou Norte ou Sul”, afirmou.
A equipe do presidente fez uma transmissão ao vivo no Facebook para mostrar a aglomeração que o esperava na cidade mineira. Contrariando as recomendações sanitárias, Bolsonaro não vestia máscara. Ele chegou a abraçar e tirar com fotos com apoiadores.
É a 19ª viagem de Bolsonaro pelo país em 2020. Na semana passada, ele esteve no Rio Grande do Norte, visitando Ipanguaçu e Mossoró, e em Corumbá, no Mato Grosso do Sul.
Desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus, o presidente visitou os estados do Ceará, Santa Catarina, Piauí, Bahia, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Pará e Sergipe.