Duas advogadas, que atuam em Rio Branco, estão sendo investigadas por uma suposta ligação com um membro do Comando Vermelho.
De acordo com um relatório do Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN), a dupla estaria utilizando da prerrogativa da função para atuar como informantes de um detento identificado por Railan, que cumpre pena no RDD, o regime disciplinar diferenciado.
O documento do IAPEN revela que no dia 27 de fevereiro deste ano, policiais penais durante uma ronda, na unidade fechada número 2, pavilhão 4, do presídio Antônio Amaro Alves, ouviram três presos conversando.
No diálogo, o trio falava sobre uma possível greve de fome que seria deflagrada em todo sistema prisional.
Em um dos trechos da conversa, Railan teria mencionado o nome de uma das advogadas, identificadas pelos detentos como “Doideira”.
O preso disse que foi informado pela advogada, que o pássaro de fogo (uma espécie de líder) no “Jacarandá era o Gabriel”. Enquanto no Rosa Linda era o “Rocha”.
A advogada “Doideira” disse ainda que a facção tinha comprado uma submetralhadora, mas que só seria paga no mês quem vem. Railan teria respondido: “Vê quanto é e dependendo do valor, eu vou tirar de um canto ali”.
Na conversa, o preso teria determinado à advogado que passasse na FOC (Presídio Francisco de Oliveira Conde) e chamasse o tio dele, para ver se está tudo bem e tudo certo para o movimento da semana que vem, ou seja a greve de fome.
A outra ordem é para a “Doideira passar” no presídio feminino e trazer informações, já que no RDD não tem como saber de nada.
Ainda no relatório do IAPEN, consta que a advogada informou a Railan, que o zero 1, no caso Lucas Gomes, na época diretor do IAPEN, ainda não tinha caído.
O documento informa ainda que no dia 21 de fevereiro, as duas advogadas estiveram com o preso. O caso das advogadas que atuam como “meninas de recado” já teria sido comunicado a Ordem dos Advogados do Brasil e ao Ministério Publico Estadual.