De acordo com dados do Ciosp (Centro Integrado de Operações em Segurança Pública), o número de violência doméstica durante o isolamento social, causado pela pandemia do novo coronavírus, aumentou em 20%. Para tentar mudar essa realidade a Polícia Militar, por meio da Patrulha Maria da Penha, continuou visitando as 300 mulheres amparadas por medidas protetivas durante o isolamento social.
Outros estados passaram a atender as mulheres apenas por telefone, mas a coordenadora da Patrulha Maria da Penha do Acre, Major Alexandra ressalta que as idas às casas continuam e que durante as visitas todos os cuidados são tomados, “continuamos indo até as residências das vítimas, mas não entramos, para evitar a possível contaminação do vírus. Não deixamos de acolher essas mulheres, temos três patrulhas Maria da Penha que fazem essas visitas e acolhimentos diariamente, todos os dias da semana”, ressalta.
A violência domestica acontece como um ciclo, e muitas vezes, a mulher não percebe que está inserida, até que seja tarde demais. “Primeiro há uma tensão entre ambos, depois há a violência, que nem sempre é física, depois vem à lua de mel, que é quando o agressor pede perdão, diz que vai mudar, faz com que a vítima se sinta culpada e depois tudo se repete, é difícil à mulher identificar isso, porque o agressor não é um agressor 24 horas por dia”, explica a Major.
Esse ciclo de violência pode acabar evoluindo para o feminicídio, que é o homicídio praticado contra uma mulher pelo fato dela ser mulher. A denúncia é um passo importante a ser tomado pela vítima ou por testemunhas.
Durante o isolamento social a Patrulha Maria da Penha realizou campanhas nos supermercados e farmácias entregando panfletos com informações e números de telefones de psicólogos, do Ministério Público, Defensoria Pública, além de explicar a lei e tirar possíveis dúvidas da população. “Percebemos que os lugares que as mulheres continuavam saindo no isolamento social eram os supermercados e as farmácias, ficamos dois meses em campanha”, diz Alexandra.
Campanha “X Vermelho”
X Vermelho é uma campanha nacional, que acontece em todos os estados do país. A mulher que esta sofrendo violência domestica, e não consegue ligar para a polícia ou entrar em contato com amigos e familiares deve fazer um “X” na palma da mão, com batom ou caneta, mostrar para atendentes em supermercados ou em farmácias, os profissionais receberam um treinamento, e saberão como agir diante da denúncia para que a vítima receba toda ajuda necessária.