Vigilância Sanitária diz que empresário morto por covid-19 em SP poderá ser sepultado em Xapuri


Na última quarta-feira, 22, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), por meio da Vigilância Sanitária, divulgou nota pública alertando que o procedimento de translado do corpo do empresário Manoel de Jesus Leite Silva, morto em São Paulo, seria ilegal e sujeito a processo criminal, mesmo que o caso em questão não tenha sido citado diretamente no documento. A publicação ocorreu após a família informar ao ac24horas que o sepultamento ocorreria em Xapuri.


No entanto, depois de a família apresentar um exame de Detecção Qualitativa de Coronavírus, realizado pelo laboratório Delboni Auriemo, de Barueri (SP), que teve resultado negativo para o Sars-CoV-2 , ou seja, no momento do óbito o vírus não era mais reagente no organismo do empresário, o que, em tese, indica que não existe mais o risco de contaminação pelos fluídos corporais, o posicionamento da Vigilância Sanitária Estadual foi modificado.


Na manhã deste sábado, chefe do Núcleo de Serviços em Saúde, do Departamento de Vigilância Sanitária da Sesacre, Advagner Prado, informou à reportagem que diante do exame apresentado e da garantia de que a documentação da empresa funerária que faz o translado do corpo está regular, demonstrando que não há risco de uma provável disseminação da doença, o sepultamento poderá ser realizado em Xapuri como deseja a família.


“Foi apresentado para nós o resultado do exame negativando o senhor que foi a óbito, mas foi informado ao advogado que alguns procedimentos seriam adotados. Caso esteja tudo conforme preconiza a legislação vigente e atendendo aos protocolos sanitários de distanciamento e evitar aglomerações não haverá empecilhos para que a família possa fazer os procedimentos funerários em Xapuri”, explicou Advagner.


A notícia do translado do corpo do empresário também resultou em manifestações de insatisfação, via redes sociais, de pessoas que relatam a dor de haverem perdido familiares e não terem tido a autorização para sepultá-los nas cidades de origem. Fatores como a condição econômica do empresário falecido e o seu parentesco com o deputado Manoel Moraes (cunhado) e com a vice-prefeita de Xapuri, Maria Auxiliadora Silva de Sales (irmã), foram citados como razão para um suposto privilégio.


O ac24horas voltou manter contato com a família do empresário, Maxsuel Maia, que afirmou que não haverá velório público ou qualquer outro ato que possa gerar aglomerações, dizendo que o único intuito dos familiares é garantir que o sepultamento ocorra em terras acreanas, atendendo a um pedido que ele fez dias antes da morte, o de ser enterrado em Xapuri, ao lado de seu pai, o senhor João Bento Silva, falecido em 2015.


O advogado disse ainda que a relação feita por algumas pessoas entre a decisão de se transladar o corpo para o Acre e a questão ligada à situação econômica do empresário e a influência política do deputado Manoel Moraes não é aceita pela família, apesar de o posicionamento tomado quanto a isso é o de compreensão e respeito com a situação de outras famílias que não conseguiram sepultar os seus entes queridos no local de residência.


“Nós jamais cometeríamos a loucura, a irresponsabilidade e a ilegalidade de se valer de fins financeiros do empresário Manoel Leite ou de aspectos políticos do deputado Manoel Moraes para trazer o corpo se não estivéssemos devidamente convencidos da ausência de riscos e da inexistência de ilegalidade. O que a família espera é que essa história tenha um fim de uma vez por todas e que o Manoel Leite possa descansar em paz”, concluiu.


O corpo do empresário está sendo trazido para o Acre por via terrestre com previsão de chegada para a madrugada deste domingo, 26. A programação da família é para que o sepultamento ocorra momentos depois de realizadas as despedidas dos familiares. Natural de Tarauacá, Manoel de Jesus Leite Silva veio para Xapuri junto com a irmã e o cunhado no início dos anos 1990.


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