A moradora de Bauru (SP) que postou, nas redes sociais, um vídeo que mostra uma amiga surda, de 19 anos, sendo agredida pelo companheiro explicou, neste sábado (18/7), por que decidiu tornar a cena pública. Em sua opinião, se a história não fosse divulgada, as agressões nunca cessariam.
“Se eu não tivesse feito isso [divulgar o vídeo], ninguém saberia o que acontecia, e ele [agressor] ia continuar fazendo o que fez com minha amiga e até mesmo com outras pessoas. Ou seja, ninguém ia saber quem ele realmente é”, afirmou a jovem, que é vizinha da vítima, ao portal G1.
O vídeo foi postado na internet no início da semana. Nas imagens, é possível ver o homem, que também é surdo, utilizando a língua de sinais. Em seguida, ele chuta a cabeça da jovem, que cai no chão. Ele dá pontapés na vítima e a imobiliza pressionando seu pescoço.
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Mãe resgatou a vítima
Depois de ver as imagens, a mãe foi buscar a filha em Bauru e disse que o agressor ameaçava atacar a jovem novamente caso ela contasse a alguém o que havia acontecido. Além das agressões físicas, de acordo com registro policial, a mãe da vítima também contou que a filha sofreu violência sexual.
Após a agressão que foi filmada, a jovem teria sido levada pela mãe do homem ao pronto-socorro. A vítima apresentava machucados pelo corpo e cortes na orelha e nos lábios. Após ser levada pela mãe ao município de São Manuel (SP), as duas registraram boletim de ocorrência por violência doméstica, lesão corporal e estupro. Foi concedida medida protetiva de urgência contra o autor.
A Delegacia de Defesa da Mulher de São Manuel encaminhou o caso para a Delegacia da Mulher de Bauru. Um inquérito policial foi instaurado para investigar o caso. Após a conclusão dos laudos, o homem deve ser ouvido.
Amiga de infância
A jovem de 19 anos, que é surda e também não fala, morava com o agressor havia cerca de dois meses, segundo familiares. Os ataques aconteceram na Vila Engler, em Bauru, na casa em que eles viviam.
A vítima e a amiga que divulgou as imagens se conhecem desde os 5 anos. Foram criadas na mesma rua, em São Manuel, região para a qual a jovem foi levada pela mãe.