O desembargador Pedro Ranzi negou um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Marciano de Melo Marinho. Ele é um dos cinco réus no processo sobre o assassinato do casal de namorados Tereza da Silva Santos, de 64 anos, e Cosmo Ribeiro Moura, de 43, no dia 16 janeiro deste ano.
Conforme a Justiça, a defesa de Marinho pediu a anulação da prova de reconhecimento do denunciado como autor do crime e a prisão domiciliar. Na decisão, o desembargador negou que o réu cumprisse a prisão em casa com uso de tornozeleira eletrônica ao réu.
A casa das vítimas, no bairro Belo Jardim, região do Segundo Distrito de Rio Branco foi invadida e os dois foram assassinados a tiros e golpes de facão. O duplo homicídio foi descoberto quando o vizinho viu o carro do casal em cima da calçada, foi olhar, encontrou as vítimas e acionou a polícia.
Tereza era sogra da ex-secretária da Fazenda do Acre, Semírames Plácido Dias. Na época do crime, o governo do Acre chegou a publicar uma nota lamentando a morte do casal e afirmou que os órgãos de segurança estariam empenhados para prender os suspeitos.
Entre os acusados estão Marciano de Melo Marinho, Antonio Eliel de Sousa Gomes, Jefersson Almeida da Silva, Alisson Souza de Olinda e Francisco Almeida da Silva. O processo está em segredo de Justiça e G1 não conseguiu contato com os advogados dos réus até última atualização desta reportagem.
No início deste mês, Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve aceita a denúncia contra os cinco réus. A defesa de Alisson Souza de Olinda tinha entrado com recurso no STJ pedindo nulidade por entender que não havia provas suficientes contra o acusado.
Motivação do crime
Após quase três meses de investigações, a Polícia Civil concluiu o inquérito da morte do casal.
Em entrevista exclusiva ao G1 em abril deste ano, o delegado responsável pelo caso, Martin Hessel, afirmou que a motivação do crime foi porque a vítima Cosmo Ribeiro Moura confrontava a facção que atuava no bairro por não aceitar as determinações da organização criminosa.
Inicialmente, a polícia suspeitou que o crime tinha ocorrido durante uma tentativa de assalto e que teria sido um latrocínio. Mas, essa hipótese foi descartada e ficou confirmado que o casal foi vítima de uma execução.
Suspeitos
Ao todo, seis suspeitos foram indiciados pelo crime de duplo homicídio com as qualificadoras: motivo fútil, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas e pelo crime de integração a organização criminosa.
Entre os seis indiciados, segundo o delegado, um seria o mentor do crime, o outro teria autorizado e os outros quatro foram os executores. Cinco suspeitos estão presos e um segue foragido.
Um sétimo suspeito também estava na lista dos que seriam indiciados pelo crime, mas, ele foi morto durante uma tentativa de assalto a uma chácara no último dia 25 de março.