Presidente do Vitória revela ‘prejuízo histórico’ com negociação de Diego Rosa

Foto : Alexandre Loureiro/CBF

 


O presidente do Vitória, Paulo Carneiro, comentou a negociação do jogador Diego Rosa, meia de 17 anos formado na base do rubro-negro e atual atleta do Grêmio, ao Manchester City. Por ter percentual dos direitos do atleta, o Leão da Barra terá direito a uma quantia na negociação. Segundo o dirigente do clube, o valor poderia ser integral do Vitória se a negociação fosse feita de outra forma por gestões passadas.


Na época, o clube era comandado pelo então presidente em exercício Agenor Gordilho e tinha como então diretor de futebol Dejan Petkovic, ídolo do clube.


“O caos era muito maior do que o que a gente imaginava. Só esse caso de Diego Rosa aí o Vitória deixou na mesa R$ 100 milhões. O Vitória perdeu R$ 100 milhões. É só fazer a conta de quanto esse jogador está sendo vendido, o Vitória tinha 100% desse jogador. Vão dizer que é o Grêmio e que o Vitória tem complexo de time pequeno. No meu tempo isso não acontecia. O valor do jogador no Vitória e no Grêmio é o mesmo. A vitrine foi o campeonato mundial [Sub-17] que o Vitória sempre deu jogadores às categorias de base da seleção brasileira”, disse Paulo Carneiro, em entrevista a José Eduardo na Rádio Metrópole hoje (28).


Diego Rosa se transferiu para o Grêmio como parte da negociação que envolveu a chegada do zagueiro Wallace no Vitória, no ano de 2017. Na época, o clube gaúcho pagou os salários do atleta e, em troca, adquiriu 50% dos direitos econômicos do adolescente. Diante da sondagem do City, o Grêmio passou a procurar o Vitória para negociar mais 20% do jogador.


“Ele poderia ser vendido jogando pelo Vitória com seus 100% dos seus direitos econômicos. O Vitória só tem 30% e foi dado de presente ao Grêmio 70% para trazer um jogador emprestado. Quando não tem política de base, é isso que acontece. Quando você quer montar um time principal, você faz qualquer sacrifício para montar o time principal, inclusive destruir a base”, acrescentou.


Na avaliação de Paulo Carneiro, a negociação causou um “prejuízo histórico” no clube, que vive grave crise financeira. No entanto, mesmo com o valor a ser recebido pelo Vitória na negociação do Grêmio com o City, ele não pretende usar o montante para fazer novas contratações.


“Já imaginou se a gente tivesse os R$ 100 milhões de Diego Rosa? Prejuízo histórico. Tem coisas do arco da velha. Walter Bou e Benítez, aquele extraordinário lateral-esquerdo que esteve no Vitória está nos cobrando R$ 1,3 milhão. Estamos negociando com o mesmo empresário de Bou. Tem o Boca Junior, com 2 milhões. Tem Mancini, que já recebeu 800 e tem 1,2 milhão para receber. Rescisão de treinador de R$ 2 milhões? Nunca vi isso na vida. No Vitória teve quase R$ 7 milhões de rescisão de treinador e diretor. Isso nos pressiona diariamente”, afirmou o dirigente.


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