MP investiga 20 casos de estupros de crianças e adolescentes em Acrelândia, no interior do AC

O Ministério Público do Acre (MP-AC) investiga 20 casos de estupros de vulneráveis de crianças e adolescente na cidade de Acrelândia, interior do Acre. As ocorrências são de inquéritos encontrados na delegacia do município desde 2017 que ainda não foram concluídos e remetidos à Justiça pela Polícia Civil do Acre.


Para agilizar as denúncias, a Promotoria de Justiça Acumulativa de Acrelândia montou uma força-tarefa com ajuda de uma equipe do Centro de Atendimento à Vítima (CAV) de Rio Branco. A operação começou na sexta-feira (10) e três vítimas já foram ouvidas.


Ao G1, o promotor de Justiça Júlio Cesar Medeiros, responsável pela operação, explicou que nem todos os casos são antigos, há três processos deste ano e outros 16 instaurados desde 2017, mas ainda sem solução. Além disso, ele disse que recebeu, na véspera da operação, uma denúncia de estupro de uma adolescente.


Outra informação destacada é que as vítimas são moradoras da zona rural e urbana, não têm ligação ou parentesco e os suspeitos também são diferentes. A meninas identificadas até o momento têm entre 5 a 15 anos.


“Já encontramos algumas vítimas, fizemos a oitiva e confirmaram o abuso. Dezesseis procedimentos que são desde 2017 que não foram enviados para o Poder Judiciário. Todos casos de estupro de vulneráveis. Foi um trabalho bem complexo, pedi que viesse uma equipe do CAV de Rio Branco para dar uma atenção especial na comarca. Cada vítima é de um caso totalmente distinto”, complementou.


Um dos casos investigados pela promotoria e ainda não concluído pela Polícia Civil é de uma menor de 15 anos que foi abusada pelo namorado, de 17 anos, e o irmão dele, de 16, em junho. Ela morava na casa do namorado, com os pais dele, e teria sido amarrada e violentada no dia do crime.


Os dois menores foram apreendidos e os pais deles presos. O promotor disse que pediu também a prisão dos pais da menina, que teriam incentivado ela não denunciar mais o crime. A juíza não concedeu a prisão dos pais.


“Tinham quatro pessoas presas e nenhum relatório psicológico da vítima no processo. Como vamos condenar sem esse relatório, chega na audiência e diz que não aconteceu. Os pais eram omissos e com certeza estavam deturpando para mentir. Pedi a prisão de todo mundo, só que a juíza não decretou, mas fiz a operação para mostrar para a juíza que os pais também tinham conhecimento dos fatos”, concluiu.


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