Lula acredita que Bolsonaro fingiu ter coronavírus para promover a cloroquina

(Arquivo) O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

 


O ex-presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (30) suspeitar que o presidente Jair Bolsonaro“inventou” ter sido infectado pelo novo coronavírus para fazer propaganda sobre a cloroquina.


 


“Acho que Bolsonaro inventou que estava contaminado para poder fazer propaganda do remédio”, disse o ex-presidente em uma coletiva de imprensa virtual com correspondentes estrangeiros em São Paulo. “Não sei se ele é sócio, mas se comporta como se fosse dono da fábrica que faz o remédio”, acrescentou.


Lula, de 74 anos, considera a gestão de Bolsonaro durante a pandemia como sendo “irresponsável”. “Por isso estamos vivendo hoje uma situação gravíssima e não vejo uma saída a curto prazo”, afirmou.


Bolsonaro, de 65 anos, anunciou em 7 de julho ter sido diagnosticado com a COVID-19, e desde então cumpria sua agenda a partir da residência oficial em Brasília, até que no dia 25 afirmou ter testado negativo para a doença.


Durante esse período, ele fez várias aparições públicas nas quais mostrou uma caixa de hidroxicloroquina, um medicamento cuja eficácia contra o coronavírus não é cientificamente comprovada.


Nesta quinta-feira, a Presidência anunciou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também testou positivo para o novo coronavírus.


 


Desde o início da pandemia, que já deixou mais de 90 mil mortos no Brasil, Bolsonaro critica as medidas de confinamento propostas pelos governadores, justificando sobre o ponto de vista do impacto econômico, e até descreveu a doença como uma “gripezinha“.


Lula, confinado desde março em seu apartamento em São Bernardo do Campo, também questionou o relacionamento de Bolsonaro com o mandatário americano Donald Trump.


“Bolsonaro se comporta, o Ministro das Relações Exteriores [Eduardo Araújo] se comporta como um lambe-botas (…)”, afirmou o líder do Partido dos Trabalhadores (PT).


A possibilidade de Trump ser derrotado pelo democrata Joe Biden nas eleições de novembro poderia dar outra perspectiva a alguns aspectos do relacionamento entre as duas maiores economias das Américas, segundo Lula.


“Um novo governo pode mudar o comportamento com o Brasil, para exigir que se respeite a democracia, os Direitos Humanos, [e que se adote] uma política para evitar o desmatamento na Amazônia”, afirmou.


Lula, que deixou o governo em 2010 com altos índices de popularidade, aguarda o resultado de um recurso contra uma sentença de quase 9 anos de prisão por corrupção, cumprida por ele parcialmente entre abril de 2018 e novembro de 2019.


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