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Coronavírus: idosos são propensos a furar quarentena, aponta pesquisa

A pandemia causada pelo novo coronavírus forçou a comunidade científica internacional a entender uma doença até então desconhecida. Uma das primeiras constatações foi a de que os idosos tinham maior probabilidade de desenvolver os sintomas mais graves da covid-19. Uma nova pesquisa mostra, porém, que essa mesma faixa etária não está cumprindo o distanciamento social conforme a recomendação das autoridades.


O isolamento social foi uma das primeiras medidas indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para evitar a propagação do vírus enquanto os cientistas tentavam descobrir mais sobre suas características. Mesmo sob regras mais rígidas, a população dá um jeito de quebrar a quarentena, e festas organizadas por jovens costumam virar notícias pela aglomeração que pode potencializar a propagação viral.


Uma pesquisa conduzida pelo YouGov e pelo Imperial College London mostrou que, apesar de a população acima dos 60 anos de idade ter mais consciência sobre os riscos de contrair o vírus, ainda é falha ao adotar as medidas básicas de segurança. Foram ouvidos mais de 72 mil adultos de 27 países (incluindo Brasil e Estados Unidos), que responderam a um questionário a respeito de seus comportamentos durante a pandemia.


Uma das 16 perguntas era se a pessoa praticaria o autoisolamento por 7 dias caso não se sentisse bem ou desconfiasse estar com a covid-19 ou se faria isso apenas após orientação de profissionais da saúde. Ainda que esse índice cresça conforme a idade do entrevistado, ele estabiliza por volta dos 60 anos e tem súbita queda entre aqueles acima de 80, mostrando que justamente os mais velhos estão propensos a furar o isolamento. Também foi questionado se as medidas de higiene, como usar máscaras e lavar as mãos, estavam sendo seguidas à risca.


O transporte público tem sido evitado pela maioria dos entrevistados, bem como as reuniões domésticas, mas a população idosa falha em outras áreas, como usar máscara ao encontrar outras pessoas ou sair de casa. “As estratégias dos governos em relação aos idosos estão longe de ter sucesso”, analisa o autor do estudo Jean-François Daoust, cientista político da Universidade de Edimburgo, na Escócia.


O especialista também ressalta a importância do círculo social no papel da propagação do vírus. Pessoas acima de 50 anos costumam ter metade dos contatos do que aquelas entre 18 e 29 anos. Mesmo assim, a população idosa é mais propensa a desenvolver os sintomas, por isso deveria estar ainda mais preocupada com o isolamento, mesmo tendo uma rede social menor. “Metodologicamente, devemos ser mais cautelosos ao tratar a idade como tendo um efeito linear nos resultados relacionados à covid-19”, explica Daoust.


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