Gabriel Picon tinha apenas 13 anos quando foi diagnosticado com Leucemia Mieloide Aguda, um raro tipo de câncer do sangue e da medula óssea.
Desde o final do ano passado, o jovem passou a fazer tratamento no Hospital do Câncer de Porto Velho. Para tentar diminuir as despesas com idas e vindas, a mãe, o adolescente e a avó se mudaram para a capital rondoniense.
A solidariedade de familiares e amigos foi essencial. Pelas redes sociais aconteceram diversas mobilizações como a realização, antes da pandemia, de feijoada, rifas, sorteios e outros campanhas de arrecadação para ajudar a famílias com as despesas.
No início desta semana, a família recebeu a notícia que não queria. As sessões de quimioterapia não fizeram efeito. Gabriel foi mandado de volta para casa, sem chances de fazer um transplante de medula, já que o tratamento não evoluiu. A família ainda pensou na possibilidade de permanecer em Porto Velho, consciente do diagnóstico médico, Gabriel pediu para voltar e morrer em casa.
Tendo completado 14 anos no último dia 4 de junho, os amigos resolveram fazer uma carreata pela comemoração do aniversário na tarde desta quarta-feira, 8. A ideia era que Gabriel ficasse na entrada de sua casa e acompanhasse a passagem dos carros com seus amigos. Mais de 100 proprietários de veículos já tinham confirmado presença. Muitos, já tinham improvisado cartazes, faixas e comprado balões. A ideia era mostrar ao jovem o quanto ele era amado.
Infelizmente, não houve tempo. Gabriel chegou de Porto Velho nesta terça-feira e piorou de saúde. Levado para a Fundação Hospitalar, faleceu horas antes de sua carreata.
“Gabriel foi um lutador, mesmo com apenas 13 anos de idade. A dor é enorme, mas acreditamos que a vontade de Deus é perfeita. Não tenho palavras para agradecer aos nossos amigos que foram nossa fortaleza nesses meses tão difíceis. Só agradeço à Deus por esses 14 anos maravilhosos que o Gabriel passou conosco”, disse Lucas Holanda, pai do adolescente.