Operação da PF mira esquema de laranjas do PSOL no Acre com candidata que recebeu R$ 120 mil e teve 358 votos

A operação Citricultor, desencadeada pela Polícia Federal no Acre nesta terça-feira, 30, mira o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). O ac24horas apurou os agentes da PF investigam possível prática de crimes eleitorais, entre eles associação criminosa, apropriação indébita, desvio de recursos eleitorais, fraude na prestação de contas (caixa dois eleitoral) e lavagem de dinheiro, além de coação no curso do processo. Os advogados ligados ao partido, Frankcinato Batista e Robson Aguiar, também foram alvos de busca e apreensão em suas casas e escritórios funcionais.


De acordo com as investigações, membros do diretório estadual PSOL teriam ocultado, disfarçado e omitido movimentações de recursos financeiros oriundos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (Fundo Eleitoral), especialmente os destinados às candidaturas de mulheres. Durante o curso das investigações, teriam, ainda, coagido testemunhas, usando de violência e grave ameaça.


Conforme determinação do TSE, 30% dos valores do Fundo Eleitoral devem ser empregados na campanha de candidatas do sexo feminino. Entretanto, há indícios de que os valores foram aplicados de forma fictícia, apropriados indevidamente e desviados para outras finalidades.


De acordo com a PF, uma possível candidata laranja teria recebido mais de R$120.000,00 do Fundo Eleitoral, mas recebeu apenas 358 votos. Trata-se da candidata a deputada federal Glória Melo, também alvo da operação. Outras candidatas teriam recebido mais de R$ 13.000,00, tendo obtido aproximadamente 20 votos cada uma.


Em alguns casos, verificou-se que uma das candidatas fez campanha eleitoral para outros candidatos e até para “adversários” de outra coligação, bem como que familiares e cabos eleitorais contratados fizeram propaganda para outros concorrentes.


Observou-se, ainda, o pagamento de locação de vários veículos, mas as despesas com combustíveis registradas nas prestações de contas indicam que os aluguéis foram fictícios, tendo em vista a incompatibilidade da quantidade e do tipo de combustível dos veículos alugados com aqueles efetivamente adquiridos.


O nome da operação faz referência ao “profissional” que produz frutas cítricas, característica da expressão “candidaturas-laranja”, que se popularizou para denominar as candidaturas fictícias utilizadas somente para desviar as verbas do fundo partidário.


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