Cerca de quatro dias após o episódio de agressão envolvendo policiais do Grupo Especial de Fronteira do Acre (Gefron) e um adolescente de 17 anos no município de Plácido de Castro, o garoto ainda sente muitas dores e teve de se submeter a exames na capital acreana nessa segunda-feira, dia 1°. Ao ac24horas, a mãe do rapaz, a autônoma Isabel Afonso, disse que ele passou por uma tomografia e raio-x.
Isabel conta ainda que dobrou a dosagem das medicações [anti-inflamatório e relaxante muscular] contra os espasmos musculares de Vinícius Afonso porque percebeu que os espasmos e as contrações aumentaram. “Dobrei a medicação por conta própria porque tem momento que ele fica calmo, mas quando a medicação vai perdendo o efeito ele fica com os movimentos bem agressivos, bem agitado mesmo, os espasmos ficam mais rápidos”.
O inchaço no rosto devido às agressões que sofreu diminuiu, mas o adolescente ainda sente dores. “Agora o rosto dele só tá meio roxo e ele vem sentido muitas dores na cabeça, no braço, nos rins e nas costas, mas acima de tudo ele tá vivo, graças a Deus”, relata Isabel.
Mãe e filho foram trazidos para Rio Branco na tarde dessa segunda-feira e após realizarem os exames numa clínica particular – os custos foram pagos pela saúde municipal de Plácido de Castro – retornaram para a cidade no início da noite de ontem.
“O secretario de segurança [coronel Paulo César] entrou em contato comigo e o município vem apoiando. O secretário se disponibilizou a ajudar, disse que a qualquer hora a gente poderia ligar, mas procurei o município porque eles [policiais] estavam prestando serviço paro o município. Eles [saúde municipal] estão custeando as despesas para esses exames”, explica a mulher.
Por ter um trabalho autônomo, Isabel diz que, na verdade, nada do que o poder público fizer vai ajudar. “Isso só me atrapalhou [a agressão ao filho] porque sou autônoma, vendo cosméticos. Nesse momento de pagamento era para eu estar procurando as pessoas, pois elas estão indo na minha casa para comprar e pagar e eu não estou lá para receber”.
O Estado, por meio da secretaria de segurança pública, garante que todas as providências vêm sendo tomadas com relação ao caso. Porém, dona Isabel garante que nada que estão fazendo vai amenizar o acontecido. “Pra mim eles [policiais] deveriam de ser afastados e estar à disposição da justiça. Eu mesma falei ao secretário que eu queria que eles perdessem a farda, porque pessoas iguais a eles não servem para estar na rua defendendo cidadão de bem, eles estão é agredindo”.
Isabel completa: “o mínimo que eu queria é que eles fossem pra cadeia. Como ser humano eu sinto muito, porque sei que é muito difícil passar num concurso público e perder o emprego assim, mas como mãe, só desejo o pior pra eles”, lamenta.