Numa reunião feita por videoconferência na manhã desta sexta-feira, 12, o governador Gladson Cameli apresentou aos prefeitos acreanos o “Plano de Convívio Sem Covid-19″, que trata-se de uma estratégia para flexibilizar o decreto de isolamento social seguindo regras menos rígidas mas dentro das normas estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O que era para ser um encontro de negócios, se tornou palco de um conflito entre Cameli e o prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, que se recusou a participar alegando que o Estado, até o momento, “só tem conversa”.
O convite para a reunião online entre os prefeitos e o governador partiu da Associação dos Municípios do Acre (Amac), presidida interinamente pelo prefeito de Porto Walter, Zezinho Barbary. Dos 22 prefeitos, somente 9 participaram.
O prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, conterrâneo e do mesmo partido de Gladson, o Progressistas, foi um dos que não participou. Ele justificou à direção da Amac dizendo que: ” o governo só tem conversa. Muita promessa e nada de resultado. Só vou participar de reunião com ele quando ele honrar os compromissos. Estou cansado”, disparou.
A declaração de Ilderlei expõe o distanciando entre Cameli e Cordeiro, que esperava o apoio do governador para sua reeleição ou para um nome indicado por ele, como o de seu tio, Rudilei Estrela.
Se o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) liberar Ilderlei para a reeleição, aliados dele pensavam na chapa de Ilderlei tendo como vice o deputado federal Henrique Afonso, do PSD de Petecão. Mas o senador, que está autorizado por Cameli a fechar alianças políticas para as eleições municipais, disse que o PSD terá candidatura própria a prefeitura de Cruzeiro do Sul.
Ilderlei respondeu ao convite da Amac para participar da reunião com o governador dizendo: “Eu sinto muito, mas não irei mais participar de reuniões com o governo, pois muita conversa, muita promessa e nada de resultado, nem o convênio do ano passado que o governo fez com a cidade dele, até hoje ele ainda não honrou. Eram 4 parcelas, pagou 1 em setembro e as outras que concluía o convênio em dezembro nada, ficou para esse ano e já vai para 9 meses de atraso”.
Cordeiro seguiu relatando que enquanto Gladson não “honrar” os compromissos que prometeu a ele, não irá participar de reunião com ele. “Já estou cansado de mandar mensagem e de falar para ele e para os seus secretários. Me perdoe meu presidente e demais colegas, mas não irei participar”, finalizou.
A ideia de Gladson é dividir a responsabilidade com gestores municipais e autoridades regionais . “Cada região, cada cidade pode ter uma realidade diferente e vamos tratar das regras com os gestores e órgãos fiscalizadores como o Ministério Público”, explicou o chefe do Palácio Rio Branco.