A exoneração
A diretora executiva do Departamento de Estradas de Rodagens, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuário do Acre (Deracre) teve seu decreto de exoneração publicado na edição desta terça-feira (30) no Diário Oficial do Estado.
Os bastidores
O Correio 68 teve acesso ao conteúdo de um documento do Departamento de Estradas de Rodagens, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuário do Acre (Deracre), que relata a prática de supostos crimes cometidos pela Diretora Executiva do órgão, motivo pelo qual Lanna Vaz teria sido exonerada.
Lanna, que é filha do ex-vereador Raimundo Vaz, foi nomeada por Gladson para exercer o cargo de Diretora Executiva do Deracre, com o salário de aproximadamente R$ 16.000,00.
Os fatos narrados
De acordo com o documento encaminhado à Presidência da entidade, a diretora Lanna Vaz estaria solicitando de um empresário, que figura como fornecedor em um contrato com o Deracre, o pagamento de valores “por fora” dos definidos no pregão.
Em um dos trechos do documento, há a narrativa de um servidor que teria recebido uma ligação do fornecedor, que o inquiriu sobre os pedidos de dinheiro feito por Lanna Vaz.
“Em 10 de junho, o representante da empresa telefonou informando que sua “chefe” – a diretora – estaria pedindo um dinheiro que seria utilizado para pagamento do serviço de jardinagem no Into, e perguntou a ele se deveria liberar. O mesmo respondeu que não tem autonomia para interferir na estrutura hierárquica da autarquia”.
Outro fato relatado no documento aconteceu em 22 de junho deste ano, quando mesmo fornecedor questionou se sua medição estaria pronta, uma vez que teria que incluir um valor que a diretora Lanna Vaz teria solicitado a ele.
“O fornecedor disse que teria que ser refeito o pedido contido no memorando, para que fossem incluídos outros itens, a fim de que fosse repassado a ele, além da contraprestação pelos itens fornecidos, o valor que, segundo ele – o fornecedor – teria sido depositado diretamente na conta poupança da diretora”.
Depósitos na conta da diretora Lanna Vaz
O documento relata ainda depósitos feitos pelo fornecedor, na “boca do caixa”, para a conta poupança da diretora do Deracre.
05 de junho de 2020: depósito no valor de R$ 1.500,00;
Comprovante Bancário.10 de junho de 2020: depósito no valor de R$ 1.500,00;
Comprovante Bancário.15 de junho de 2020: depósito no valor de R$ 900,00;
Comprovante Bancário.17 de junho de 2020: depósito no valor de R$ 1.000,00;
Comprovante Bancário.19 de junho de 2020: depósito no valor de R$ 1.000,00; Comprovante Bancário.
Posicionamento do Governo
Os fatos abordados pelo jornalismo do Correio 68, cometidos pela ex-diretora executiva do Deracre, Lanna Vaz, não se justificam, tampouco encontram guarida legal em nenhum ato da Administração Pública.
O fornecedor não poderia, a pretexto algum, ser compelido a realizar depósitos na conta pessoal da diretora. Os fatos, depois de apurados pela Administração Pública e pela autoridade competente, podem configurar crimes como peculato, corrupção, improbidade http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativa, entre outros.
O governador Gladson Cameli (PP), que desde o inicio de sua gestão tem sido combativo às práticas ilícitas na http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração pública, após tomar conhecimento dos fatos narrados pelos próprios servidores e pela presidência da entidade, exonerou imediatamente a filha do ex-vereador Raimundo Vaz.
Os documentos, bem como os comprovantes dos depósitos na conta de Lanna Vaz serão encaminhados ao Ministério Público do Acre (MPAC) e à Delegacia de Combate à Corrupção e aos Crimes contra a Ordem Tributária e Financeira (Decor) para investigação e procedimentos.