Com o Rio Acre abaixo dos 3 metros já há algumas semanas e mudanças meteorológicas se aproximando, membros da secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), Defesa Civil, entre outros, se reuniram nessa quarta-feira, 24, com demais representantes do governo para alertar que o Estado tem grande possibilidade de enfrentar uma seca histórica, bem pior do que a que aconteceu há 15 anos, em 2005. Nesta quinta-feira, 25, o Rio Acre amanheceu marcando 2,1 metros na capital acreana.
A seca severa que o Acre pode sofrer nos próximos dias de 2020 é baseada em previsões e estudos para o período de seca este ano. A Sema diz que já apresentou estratégias que vem adotando para enfrentar a situação que poderá se agravar devido à pandemia do novo coronavírus. O meteorologista do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), Luiz Alves, e Ana Paula Cunha, do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apontam que muito provavelmente haverá uma seca severa, mas não de forma prolongada, por conta de uma influência do fenômeno La Niña.
“A seca será severa, já estamos observando um índice muito abaixo da cota do Rio Acre. Mas, de acordo com os modelos estudados, as chuvas devem ficar dentro da sua normalidade, com temperaturas dentro da normalidade. Estão previstos também eventos de friagem que devem acontecer com certa frequência”, disse Alves. A pesquisadora Ana Paula destacou os impactos da seca em áreas potencialmente agroprodutivas. “O Acre já entrou na estação seca com uma deficiência muito grande nas reservas hídricas. É importante lembrar que a situação demora um pouco para regularizar”, explicou.
Ao portal Agência de Notícias, do governo do Acre, o coronel Charles Santos, subcomandante Geral do Corpo de Bombeiros Militar falou que já foi ultrapassado o número de chamadas emergenciais este ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Em 2019 foram 4.338 chamados e somente este ano já foram registradas 4.520 ocorrências. O governo do Estado garante que vem adotando todas as medidas possíveis para minimizar os danos que poderão ser causados por uma situação de seca severa aliada a uma pandemia.