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VIOLÊNCIA: Policiais do Gefron são acusados de espancar jovem deficiente no interior do Acre

Policiais militares do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), lotados no município de Plácido de Castro, distante cerca de 100 quilômetros da capital do Acre, são acusados de agredir de maneira violenta um adolescente chamado Vinícius, de 17 anos, que sofre de problemas psiquiátricos, neurológicos e cardíacos, inclusive com uso de marca-passo no peito e chip na cabeça para evitar as convulsões que possui devida as doenças.


A denúncia foi feita pela família do jovem, que gravou vídeo e enviou para a redação do site Ecos da Notícia, para mostrar a truculência policial que teve início quando o adolescente foi flagrado na frente da casa de uma amiga e não usava máscara de proteção individual.


O uso da máscara em via pública na cidade é obrigatório, segundo decreto da Prefeitura de Plácido de Castro. Por esse motivo, o rapaz foi brutalmente espancado, algemado e levado preso para a Delegacia de Polícia.


No vídeo, a mãe da vítima relata os horrores que o filho passou e mostra as marcas visíveis da violência deixadas no corpo da vítima, além da suspeita de que as agressões podem ter acarretado em danos nos dispositivos implantados na cabeça e no peito do rapaz, que foram adquiridos pela família com ajuda por meio de campanhas nas redes socais e em meios de comunicação.


Vídeo do jovem durante campanha nas redes sociais para cirurgia e implantes de um marcapasso e um chip que foi implantado na cabeça de Vinícius.


A reportagem entrou em contato com um tenente da Polícia Militar que estava em plantão no dia da ocorrência. Ele relatou que o policial foi duramente agredido pelo adolescente. “O olho dele ficou bastante lesionado, ele [policial] chegou de forma educada para fazer a abordagem, normal de rotina, e já foi recebido a socos. Depois de todo fato ocorrido, já na Delegacia, que a mãe desse rapaz chegou lá e disse que esse rapaz tinha problemas mentais. Mas o policial não teve culpa, o policial fez o uso da força necessária para conter uma injusta agressão, foi só isso que aconteceu. O policial apenas se defendeu de um injusta agressão. O policial não tem obrigação de saber, não é adivinho quem tem problema mental e quem não tem, ele não vai saber. O policial não agiu de maneira errada, em momento algum o policial agiu errado, policial fez o trabalho dele.”


Vídeo gravado por câmera de segurança em que aparece a viatura da Polícia Militar na noite da agressão.


A reportagem também entrou em contato com o coronel Paulo Cézar, secretário de Segurança Pública, que afirmou que os fatos serão objeto de apuração. A procuradora geral de Justiça Kátia Araújo, chefe do Ministério Público do Acre, assegurou que já determinou apuração da denúncia e acompanhamento da família da vítima.


Sejusp emite nota sobre caso de adolescente agredido


A Secretária de Justiça e Segurança Pública do Acre (Sejusp) emitiu uma nota para esclarecer como vão ocorrer os desdobramentos da investigação do caso do jovem que foi agredido.


“Após conhecimento de uma notícia que relata uma suposta agressão por parte de integrantes do Grupamento Especial de Fronteira (Gefron) a um jovem durante abordagem no município de Plácido de Castro, nesta sexta-feira, 29, o Governo do Estado, por meio da Secretaria de Justiça e Segurança Pública vem público informar que:


– Após a informação, foi determinado o deslocamento de um oficial do Gefron até o município;


– A guarnição do Gefron que atuava em Plácido de Castro foi removida do município onde realizava a abordagem de fiscalização;


– A Secretaria de Justiça e Segurança Pública requisitou abertura de procedimento pelos órgãos de controle interno a que pertencem os envolvidos no caso, bem como convidará o Ministério Público do Acre (MPAC), através do controle externo, para acompanhar a apuração dos fatos.”


Outro caso ainda neste ano


O Gefron também já havia sido acusado de agressão a um idoso no início do ano, quando o homem saía de sua propriedade rural na Estrada Transacreana, em Rio Branco. Na época, o agricultor Manoel Messias da Silva, 70 anos, disse que os policiais militares que compõe o Gefron lhe agrediram e atiraram contra as rodas da sua caminhonete, no km 55 da estrada.



Ainda segundo o idoso, ele estava saindo de sua propriedade rural quando visualizou um carro com o farol piscando e, como não havia giroflex de viatura ligado, logo pensou que se tratava de um assalto. No entanto, vários homens apontaram lanternas no rosto do idoso, que teve perca momentânea da visão e ainda chegou a sair da pista.



Após o susto, Manoel conseguiu retomar a direção e acelerou o veículo, foi quando sentiu que o carro começar a parar, pois o pneu havia sido alvejado por vários disparos de arma de fogo. Mais à frente o idoso avistou uma viatura da Polícia Militar e resolver parar por “se sentir seguro”.


Ainda segundo Manoel, após parar o carro, ele foi ameaçado com arma apontada para sua cabeça e foi obrigado a descer do seu veículo, momento este que foi imobilizado por um golpe mata-leão. Em seguida, o homem recebeu dois chutes na barriga, foi algemado e depois encaminhado à Delegacia de Flagrantes (Defla).


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