A pedido do G1, a Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos de Rio Branco (SASDH) fez um balanço dos pedidos de auxílio funeral durante a pandemia de Covid-19 que já vitimou 78 pessoas até esta quinta-feira (21). O Acre registrou os primeiros casos da doença em 17 de março e a primeira morte em 6 de abril deste ano.
Comparando o mês de abril deste ano com 2019, é possível ver um aumento de 48% dos pedidos pelo benefício, saindo de 54 para 80 pedidos no mesmo período avaliado.
O G1 questionou à prefeitura, dos pedidos feitos, quantos tinham relação com mortes pela Covid-19. A secretária da pasta, Núbia de Musis, explicou como é o procedimento e apresenta dados que em 65% dos pedidos os óbitos são por suspeita ou confirmação da doença.
“O atendimento do auxílio funeral é realizado através da apresentação da declaração de óbito, que em sua maioria não há confirmação de Covid-19. Os atendimentos considerados suspeitos são considerados apenas os casos onde na declaração apresenta sintomas do Covid-19, considerando que no ato do atendimento ainda não obtiveram resultado do exame”, explica.
Então, em abril, dos 80 pedidos feitos, 52 tinham relação com a pandemia, sendo que dois foram confirmados por Covid-19 e outros 50 tratados como morte suspeita pela doença.
Os dados revelam ainda que maio também deve terminar com aumento nesses pedidos. No ano passado, em todo o mês de maio, a secretaria fez 84 atendimentos, enquanto este ano, até 19 de maio, já foram feitos 79 pedidos pelo auxílio.
Destes 79 pedidos, 56 têm ligação com Covid-19, sendo 17 óbitos confirmados e 39 suspeitos pela doença. Mostrando que a Covid-19 alcança mais de 70% das solicitações.
Comparativo
A secretaria registrou aumento em todos os quatro primeiros meses, se comparados com o ano passado. De janeiro a abril de 2019, foram 228 pedidos concedidos, quando em 2020, esse número passou para 312, totalizando 84 casos a mais, um aumento de 36%.
Tanto no ano passado, como este ano, há pelo menos oito casos atendidos que são de outras cidades vizinhas de Rio Branco.
“Estamos com equipe trabalhando, em forma de plantão, de segunda a segunda, no total de 6 pessoas. Estamos avaliando possibilidade de ampliar equipe, conforme crescimento da demanda”, diz Nubia.
Os plantões ocorrem normalmente, segundo a secretária, e a equipe tem dado celeridade em casos que envolve morte por Covid-19. “Aqui estamos de fato atendendo as famílias de uma forma menos burocrática”, garante.
Quem tem direito ao auxílio?
Famílias de baixa renda, cuja renda familiar mensal per capita seja de até 1/4 (um quarto) de salário mínimo para fins de concessão de auxílio funeral na modalidade de urna e jazigos.
O recurso para esse serviço é da própria prefeitura, sem ajuda dos governos estadual e federal.
“As empresas permissionárias, no caso de Rio Branco são quatro, devem fornecer ao município até 20% do seu atendimento para o social, ou seja, famílias dentro dos critérios do benefício. Ultrapassado este percentual de todas as funerárias, caberá a Prefeitura de Rio Branco custear as urnas e serviços excedentes”, explica.
Documentos necessários para pedir o auxílio
Declaração de Óbito emitida pela unidade hospitalar ou pelo SAMU quando há atendimento domiciliar;
RG e CPF do falecido ou Carteira de Trabalho do falecido
O responsável pela solicitação do benefício deverá ser familiar de 1º grau e apresentar os seguintes documentos pessoais:
RG CPF
No caso da impossibilidade da presença de um familiar de 1º grau, será possível uma pessoa que apresente os seguintes documentos pessoais e saiba responder as perguntas do formulário:
RG CPF
Covid-19 no Acre
O número de casos de Covid-19 no Acre continua aumentando. Em 24 horas, o estado teve mais um recorde com 286 infectados pela doença. O número saltou de 2.817 para 3.103 casos, segundo o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre), nesta quinta-feira (21). A quantidade de óbitos também aumentou, mais três mortes foram registradas, o número saltou de 75 para 78.
Além dos casos confirmados, mais 1.556 aguardam análise dos exames. Das 22 cidades, apenas Manoel Urbano, Jordão e Porto Walter ainda não registraram a doença.