Cerca de 130 detentos no Acre foram colocados no regime semiaberto sem o uso obrigatório da tornozeleira eletrônica. Dessa forma, acabaram liberados sem que o sistema do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) possa monitorar a localização dos reeducandos por meio do equipamento. A informação foi repassada pelo promotor de Justiça Thales Tranin, da 4ª Promotoria Criminal de Rio Branco.
Os presos que estariam circulando nas ruas sem a tornozeleira teriam sido colocados em liberdade por falta do aparelho, uma vez que a empresa responsável por repassar o objeto estaria com dificuldade no fornecimento devido à situação de pandemia do novo coronavírus, já que boa parte das peças é importada.
Tranin garantiu em entrevista à TV 5 nesta segunda-feira, 27, que enviou um ofício ao Iapen para que o órgão restabeleça a normalidade do uso das tornozeleiras. “Para que se possa resolver esse problema o mais rápido possível com a empresa. A ausência do equipamento impede de ver onde o reeducando está, agora estão soltos”, explicou o promotor.
O que diz o Iapen
O presidente do Iapen, Arlenilson Cunha, confirmou o problema no fornecimento dos equipamentos por parte da empresa responsável, mas garante que não foram 130 detentos liberados, e sim cerca de 75. De acordo com Cunha, os presos que foram liberados sem a tornozeleira passaram por cadastro e, mesmo assim, seguem sendo acompanhados.
“Foram feitos cadastros com confirmação de endereço, telefone e estamos fazendo contato, acompanhando e ligando para que neles sejam instaladas [as tornozeleiras] gradativamente”, afirma.
O Iapen diz que já recebeu cerca de 40 tornozeleiras novas da empresa e algumas, ao menos 31, já começaram a ser instaladas nos detentos na última sexta-feira (24).
“Outras que foram liberadas dos presos que receberam progressão também serão instaladas. A empresa notificou o Iapen falando que não teria condições por dificuldade no fornecimento das tornozeleiras, já que grande parte dos equipamentos são importados. Seguimos trabalhando para sanar a situação”, concluiu Cunha.