O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) apresentou na quinta-feira (9) um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) no Senado para suspender o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) deste ano diante da pandemia do novo coronavírus.
No dia 31 de março, o MEC (Ministério da Educação) divulgou o calendário com as datas do Enem Digital para 11 e 18 de outubro e da prova impressa em 1º e 8 de novembro.
Mas segundo o senador Izalci, é preciso aguardar a retomada das atividades escolares regulares, já que os estudantes estão sendo prejudicados com a descontinuidade dos conteúdos que serão exigidos no exame e poucos têm acesso ao ensino remoto.
A UNE (União Nacional do Estudantes) e a Ubes (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) pediram o adiamento do Exame ao MEC. Em nota, diante da suspensão de atividades de escolas e cursinhos, a UNE afirma que “é absurdo pensar que os estudantes estão em igualdade de condições nessa situação, e que atividades a distância poderiam solucionar o problema da suspensão das aulas. Muitos desses jovens sequer têm acesso às ferramentas necessárias para atividades virtuais, e mesmo que tivessem sabemos que o aproveitamento do ensino-aprendizagem fica fortemente em defasagem em relação às atividades presenciais.”
Em resposta, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, garantiu que o Enem não será adiado.
Rômulo Nunes, coordenador do pré-vestibular do colégio CEL, “rever o edital é uma decisão acertada. O material divulgado pelo Inep não considerou o momento atípico em que estamos vivendo. Ainda não há nenhuma previsão de quando as escolas voltarão a funcionar normalmente, por exemplo, e nem se a situação irá perdurar até a data da realização das provas.”
O professor também destaca que “muitas escolas e cursos pré-vestibulares ainda não conseguiram migrar para as aulas online, o que prejudica uma parcela considerável dos candidatos.”