Dois detentos que participaram do princípio de rebelião no presídio de Rio Branco na madrugada de quinta-feira (23) continuam internados no Pronto-Socorro de Rio Branco. Eles chegaram a passar por uma cirurgia por conta dos ferimentos.
A direção da unidade de saúde informou que um deles, que teve ferimentos na face, como fratura no nariz e em outras regiões, segue sendo acompanhado por um bucomaxilofacial e não tem previsão de alta. E o outro que levou um tiro na orelha direita está sendo acompanhado pela equipe da neurologia.
Inicialmente, a direção do hospital havia informado que cinco presos tinham passado por cirurgia após o motim no presídio. Nesta quarta-feira (29), o diretor Areski Peniche disse que um sexto detento deu entrada 48h depois com um tiro na orelha. Porém, segundo o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen-AC), desde o dia do motim, seis presos ficaram internados na unidade.
Os outros quatro presos que também chegaram a passar por cirurgia após o princípio de rebelião tiveram alta no início desta semana e foram levados de volta ao presídio.
Os presos do Complexo Penitenciário Francisco de Oliveira Conde se revoltaram devido à falta de água que atingiu todos os bairros da capital.
Mesmo com os policiais penais explicando que o problema era em toda a cidade devido à falta de um produto para o tratamento da água, os presos dos pavilhões G, H, I, J, K e L, chamado Chapão, começaram a bater nas grades ainda na noite de quarta-feira (22) e o movimento foi ganhando força.
O Grupo Penitenciário de Operações Especiais (Gpoe) teve então que intervir. O Iapen informou que 56 presos ficaram feridos na ação, alguns foram atendidos na ala de saúde da unidade e outros tiveram que ser encaminhados ao pronto-socorro de Rio Branco. Depois de tudo, caminhões-pipa abasteceram o presídio.
Além dos dois que continuam internados, um preso teve que amputar o dedo por conta dos ferimentos; o segundo também teve uma lesão em membros inferiores; o terceiro foi ferido com arma de fogo no tórax e teve que passar por uma drenagem e o outro preso também teve uma lesão no tórax e chegou a ter um dreno instalado.
Duas celas que ficaram danificadas com a retirada de ferrolhos e quebra da chamada pedra, usada como cama, passaram por perícia no último sábado (25) e uma passou por reparos. A outra ainda aguarda manutenção que deve ocorrer ainda esta semana. Enquanto isso, os presos foram remanejados para outra cela.
O Iapen informou ainda que abriu um inquérito para apurar todas as causas do que aconteceu no dia.