Coronavírus: China Subnotificou casos e mortes, diz inteligência dos EUA

A China ocultou a extensão do surto de coronavírus, subnotificando o total de casos e mortes causadas pela doença, segundo um relatório elaborado pela inteligência americana, revelou uma reportagem da agência Bloomberg nesta quarta-feira, 1. Esta não é a primeira vez que os Estados Unidos acusam Pequim de mascarar os dados sobre a pandemia.


O documento com as conclusões sobre as alterações nos números foi entregue à Casa Branca na semana passada. Segundo funcionários da inteligência americana que falaram à Bloomberg sob condição de anonimato, ele conclui que a China publicou dados incompletos sobre mortes e contágios pela Covid-19 intencionalmente.


O surto de coronavírus começou na China em dezembro passado e hoje o país tem 82.361 casos e 3.316 mortes. Desde a descoberta da doença, o vírus já se espalhou por todo o mundo e atualmente os Estados Unidos são o país com maior número de infectados – 203.608 casos e 4.476 mortes.
Desde que os casos de coronavírus começaram a se multiplicar, Washington e Pequim se envolveram em uma nova disputa, com troca de acusações constantes.


O secretário de Estado dos Estados Unidos Michael Pompeo exortou publicamente Pequim e outros governo a serem transparentes sobre seus surtos. Ele acusou repetidamente o país de encobrir a extensão do problema e de ser lento em compartilhar informações, especialmente nas semanas após o surgimento do vírus.


Nesta terça-feira 31, a imunologista que assessora a Casa Branca, Deborah Birx, disse ainda que os dados equivocados divulgados pela China passaram a impressão para os demais países de que o problema era menor do que realmente é, e por isso nações como Itália e Espanha não se prepararam de forma suficiente para o surto.


Por sua vez, várias autoridades chinesas divulgaram teorias sobre uma suposta conspiração e até apontaram que o coronavírus foi levado para a China pelos militares americanos. Um porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, chegou a sugerir no Twitter que o “paciente zero” da pandemia pode ter vindo dos Estados Unidos. A informação se espalhou pelas redes sociais locais.


Pequim também critica membros do governo americano pelo uso termos para descrever o coronavírus que estigmatizam a China. Trump se referiu em diversos momentos à doença como “o vírus chinês” e Pompeo falou várias vezes do “vírus de Wuhan”, apesar dos profissionais da saúde refutarem esse tipo de apelo geográfico e preferirem um nome neutro para se referir à doença.


Este é o último capítulo de uma série de desacordos entre os dois países. A guerra de declarações reacende as tensões entre as nações, constantes desde a chegada de Trump à Presidência, principalmente em relação ao comércio.


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