Bares e restaurantes contabilizam 300 demissões em Rio Branco e entregam alimentos para ex-funcionários

Um dos setores que precisou se readaptar com a pandemia de Covid-19, em Rio Branco, foi o de bares e restaurantes. O segmento já contabiliza 300 demissões devido à pandemia do novo coronavírus, segundo um balanço da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional Acre (Abrasel-AC).


E para ajudar os funcionários demitidos, a Abrasel-AC entregou 150 cestas básicas. Os alimentos foram arrecadados pela presidência da associação em parceria com supermercados, Associação Comercial, Industrial de Serviços e Agrícola do Acre (Acisa-AC) e outros parceiros.


A entrega ocorreu no decorrer da semana em Rio Branco. Para identificar as pessoas demitidas, a Abrasel pediu ajuda para os empresários e donos dos estabelecimentos.


Foi dessa forma que a cesta básica chegou até a auxiliar de cozinha Karina Moraes, de 23 anos, que trabalhava em um restaurante do shopping de Rio Branco. Ela estava há dois meses no trabalho quando foi dispensada. Antes desse emprego, a auxiliar ficou por quatro meses recebendo seguro-desemprego.


“Foi difícil, era o lugar onde estava trabalhando e fechou. É ruim ficar em casa e não ter o que fazer. Recebi o seguro do outro trabalho, quando fui chamada estava há um mês já sem receber. Meu trabalho é o único que sustenta aqui e o alimento veio em um momento bom”, contou.


Demissões

Além de Karina, o empresário Moacir Júnior precisou demitir outros 15 funcionários. Ele explicou que precisou romper os contratos dos trabalhadores porque o restaurante fechou, respeitando o decreto governamental.


“Felizmente pudemos ajudar com a cesta básica e foi uma espécie de fôlego levado. Infelizmente, do jeito que as coisas estão, temos até a possibilidade de demitir mais ainda. Temos mais 15 funcionários e, do jeito que está, não conseguimos manter o pessoal com a pouca demanda”, frisou.


Júnior disse que optou por segurar os funcionários com mais tempo de trabalho. Assim como os demais empresários de Rio Branco, ele passou a atender a clientela por delivery.


“Fizemos as demissões do pessoal mais recente. Continuamos trabalhando no delivery, mas que não satisfaz minha folha de pagamento e para manter as coisas acontecendo. Só que não consigo arcar com a folha de pagamento, compra de insumos e outras necessidades”, destacou.


Outro que precisou reduzir o quadro de funcionários em Rio Branco foi o empresário Paulo Felício. Com uma rede de restaurantes e bares na capital acreana, afirmou que também dispensou a equipe que estava em fase de experiência e manteve os 80 funcionários efetivos trabalhando.


“Remodelamos nosso serviço bem rápido. Mas, não precisei demitir por causa dessa medida que saiu porque reduzimos a carga de trabalho, mas suspendemos contratos provisórios. Fizemos isso um dia antes do governo anunciar o fechamento das atividades não essenciais”, relembrou.


Assim como os demais, o empresário também prometeu contratar novamente os servidores após a crise gerada pelo novo coronavírus.


“Infelizmente são coisas acima da nossa capacidade de atender. Estamos com delivery nos quatro restaurantes, não é uma maravilha, mas adequamos a equipe para a situação. É um cenário muito incerto, porque é uma crise longa que vamos passar e com um retorno demorado. Até o final do ano, esperamos uma situação desfavorável”, avaliou.


Empresários se uniram para ajudar funcionários demitidos duante pandemia de Covid-19 no Acre  — Foto: Arquivo Abrasel

Empresários se uniram para ajudar funcionários demitidos duante pandemia de Covid-19 no Acre — Foto: Arquivo Abrasel


Ação

O presidente da Abrasel, Paulo Brum, disse que conseguiu identificar os servidores demitidos com ajuda dos próprios empresários. Em um grupo montado em uma rede social, ele pediu a lista de demissões de casa estabelecimento.


“Busquei a contribuição e cestas básicas. Pedi a colaboração dos empresários para contemplar quem foi demitido. Entreguei para os empresários que levaram para os trabalhadores”, destacou.


Ainda segundo o presidente, 25 estabelecimentos participaram da ação. “Chegou um ponto em que o restaurante não conseguiu manter o pessoal. Não tem como manter todo mundo, depois que saiu o decreto do governo reduzimos jornada de trabalho, contratos, e saiu muita gente”, concluiu.


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