O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse nesta terça-feira (24) que chegou a um acordo com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, para adiar a Olimpíada de Tóquio 2020 por um ano em razão da pandemia do novo coronavírus.
“Nas circunstâncias atuais e com base na informação fornecida pela OMS, o presidente do COI e o primeiro-ministro do Japão concluíram que a Olimpíada de Tóquio deve ser adiada para além de 2020 (…) para garantir a segurança dos atletas, de todos os envolvidos nos Jogos e da comunidade internacional”, diz o comunicado.
Os líderes concordam que a Olimpíada de Tóquio é um farol de esperança para o mundo durante esses tempos difíceis, e a chama olímpica pode se tornar a luz no fim do túnel no qual o planeta se encontra agora. Por isso, foi determinado que a chama olímpica permanecerá no Japão”, informa a nota.
A Olimpíada já foi adiada três vezes na história moderna: em 1916, 1940 e 1944, todas as vezes em razão de guerras.
Na segunda-feira (23), o premiê japonês admitiu a possibilidade de adiamento da competição, prevista para ter início em julho, por conta da crise global causada pela COVID-19. A declaração ocorreu um dia depois de o COI declarar que estudava mudar o cronograma original da Olimpíada.
“Se for difícil realizar os Jogos dessa maneira, temos que decidir adiá-los, dando prioridade máxima [à saúde dos] atletas”, disse Abe.
O COI vinha sendo pressionado a adiar os Jogos Olímpicos, que seriam realizados de 24 de julho a 9 de agosto, em meio à disseminação do novo coronavírus em todo o mundo.
Austrália e Canadá anunciaram na segunda-feira que não enviariam seus atletas a Tóquio este ano. Hoje, o Comitê Olímpico e Paralímpico dos Estados Unidos solicitou que os Jogos deste ano fossem adiados.
O grupo afirmou que fez uma pesquisa com cerca de 4 mil atletas durante o fim de semana e 65% deles alegaram que seus treinos foram seriamente impactados ou interrompidos por completo por causa das restrições impostas com o objetivo de frear a disseminação da COVID-19.
Prejuízos
As implicações financeiras causadas pelo adiamento da Olimpíada podem ser enormes. O custo para sediar o evento foi cerca de 12,35 bilhões de dólares, informaram os organizadores em dezembro.
Contudo, segundo a agência Reuters, esse valor não inclui as despesas de mudar a maratona e as competições de velocidade de Tóquio para Sapporo, com o objetivo de evitar o calor do verão local.
Patrocinadores, seguradoras e emissoras de TV também investiram bilhões de dólares nos Jogos.