O Ministério do Turismo estima que 27 mil brasileiros aguardam um voo de volta para o Brasil e estão ilhados por conta da pandemia do novo coronavírus.
A informação consta em um relatório obtido pela CNN, produzido na última terça-feira (24) por Babington dos Santos, secretário nacional de integração interinstitucional do MTur.
O relatório foi enviado à Procuradoria da República de Pernambuco, que abriu um procedimento para apurar a impossibilidade do retorno de brasileiros que se encontram em Portugal e tiveram seus voos cancelados.
Os números do MTur são significativamente superiores à cifra de cidadãos brasileiros que procuraram a assistência consular do Itamaraty para serem repartriados. A chancelaria tem o registro de 6.900 brasileiros aguardando a repatriação, segundo apurou a CNN junto a fontes diplomáticas.
De acordo com o documento, a Anac havia recebido até a última segunda-feira (23) manifestações de cerca de 11 mil brasileiros no exterior que estavam com passagens compradas e desejavam retornar para o Brasil.
Dentre as dificuldades apontadas pelo Ministério do Turismo e que geram atraso nas repatriações está o fuso horário nos diferentes países com os quais o Itamaraty precisa realizar negociações diplomáticas. A chancelaria trabalha junto a outros governos para viabilizar a permissão para que companhias aéreas realizem voos extras para trazer os brasileiros de volta.
Pelo lado das empresas aéreas, o MTur relata que elas “passam enorme dificuldade com suas tripulações pois muitas têm horários de descanso a cumprir em seus pousos e não há hotéis disponíveis no destino, muito menos alimentação e comércio”. Os aeronautas enfrentam as mesmas dificuldades que os próprios brasileiros que buscam a repatriação. Segundo relatos de turistas ouvidos pela CNN, pessoas estão sendo retiradas de hotéis, que estão fechando em várias partes do mundo.
Outro problema enfrentado pelas companhias é a quarentena obrigatória que é aplicada às tripulações que chegam ao Brasil, vinda principalmente da Europa. “Chegaremos ao ponto de não termos mais tripulações disponíveis em tempo para voos próximos”, alerta o Ministério do Turismo. A pasta destaca que “nunca na história da humanidade” se viu um colapso aéreo como o provocado pela pandemia do novo coronavírus.