Ícone do site Ecos da Noticia

OAB enquadra deputado Fagner Calegário após denúncia de propina no governo

O deputado estadual Fagner Calegário pode ter que se explicar à Ordem dos Advogados do Brasil Seccional do Acre (OAB/AC) após alegar, ao vivo, durante entrevista à TV Gazeta, na quarta-feira, dia 19, que advogados estariam lavando dinheiro de propina ao conseguir liberação de pagamentos a fornecedores.


Em ofício enviado ao deputado, o presidente da seccional, advogado Erick Venâncio, pediu que o parlamentar esclarecesse as denúncias que fez na tribuna da Assembleia Legislativa e ainda, na imprensa, tendo em vista que as afirmações feitas por ele são “graves” e colocam em xeque a categoria de profissionais, bem como os escritórios.


Na televisão, Calegário disse que ao conversar com o governador Gladson Cameli sobre o assunto foi informado de que “ninguém está autorizado para falar em seu nome, e que a partir de agora ele vai acionar a inteligência da polícia”. Depois, contou como funciona o suposto esquema:


“Algumas pessoas ligadas ao governo procuravam os empresários, de vários segmentos, e vendiam as facilidades para recebimento dos valores. O que eu pude apurar, é que as pessoas procuravam e diziam ‘eu podia conseguir’, mas o que se deixa muito claro é que para esse pagamento, um ‘percentual’ ficaria”, relatou o deputado.


No ofício, Venâncio classifica a denúncia de Calegário como temerária, uma vez que sem citar nomes, as acusações disseminadas pelo parlamentar acabam por atingir um número grande de profissionais da advocacia. “Tais acusações são de extrema gravidade, notadamente por serem provenientes de um membro do Poder Legislativo”, diz o presidente da OAB.


Ainda segundo Erick Venâncio, esse tipo de denúncia, quando dirigida “de forma indistinta e sem qualquer apontamento específico dos advogados e/ou escritórios de advocacia que supostamente procedem desta forma, mostram-se temerárias, pois acabam por lançar suspeitas sobre toda a advocacia acreana”, diz trecho do ofício. Em alguns casos chegaram a pedir 30%, mas 20% era o comum. Isso me preocupa porque isso vai muito além.”


“Existem pessoas ligadas a escritórios de advocacia. Das mais diversas áreas me veio relatos de fornecedor de alimento, de serviço, e de terceirizados também. Foi oferecido para colegas nossos esse serviço. Temos a maior carga tributária do mundo, e agora vamos ter mais um sócio?”, questionou o deputado.


Sair da versão mobile