Mentira de Jamyl Asfury sobre prefeita tem repúdio nas redes sociais

Não foi a evolução dos passistas de blocos ou a pouca roupa das brincantes que se tornaram os assuntos mais comentados nas redes sociais sobre o Carnaval de Rio Branco, em 2020. Por incrível que possa parecer, o assunto mais comentado foi um pastor evangélico e suas declarações classificadas como mentirosas e politiqueiras na tentativa de atingir a prefeita Socorro Neri.


O pastor em questão atende por Jamyl Asfury. Agente http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativo da Polícia Federal, foi deputado estadual por dois mandatos e deve ser candidato a prefeito nas próximas eleições. É o mesmo que, no Governo de Tião Viana, quando era secretário de Estado de Habitação. Sob sua http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração eclodiu um escândalo de vendas criminosas de casas no Conjunto habitacional Cidade do Povo, até hoje sem muitas explicações.


Mas foi na condição de pastor que ele recebeu o repúdio da grande maioria dos internautas nas redes sociais por ter tentado colocar a prefeita Socorro Neri contra os evangélicos. Numa postagem, apostando numa festa de violência e degradação, o pastor fez uma postagem que a prefeita havia entregue as chaves da cidade à realeza carnavalesca – no caso, o rei Momo e sua rainha. Internautas vieram à jugular do pastor acusando-o de se referir à cultura e à festa tradicional do Carnaval com preconceito e com nítidos interesses politiqueiros a fim de prejudicar a imagem da prefeita Socorro Neri, já que ela deve vir a ser candidata à reeleição e Asfury um de seus concorrentes – embora seu nome nem tenha aparecido na última pesquisa eleitoral.



A manifestação do político/pastor mereceu o repúdio, por exemplo, do presidente da Fundação de Cultura “Garibaldi Brasil”, Sérgio Carvalho. Em resposta à postagem de Asfury, Carvalho escreveu: “Antes de mais nada, realmente, lamento a sua postagem, porque ataca a nossa prefeita Socorro Neri e todo o movimento da cultura popular com preconceito. O pior, em cima de desinformação e mentira”.


 


O presidente da Fundação acrescenta: “Inicio repondo a verdade: a prefeita Socorro Neri não entregou a chave da cidade para a realeza carnavalesca. Mesmo se tivesse entregue, como manda a tradição, não haveria mal nenhum. Ela, e diversos outros políticos, como o Senador Sérgio Petecão, compareceram ao concurso em respeito aos fazedores de cultura ali representados”.


Para Sérgio Carvalho, o Concurso da Realeza é o momento em que os bairros escolhem suas rainhas e seu rei. “É uma festa comunitária, irreverente e alegre. Cada candidato representa centenas de outras pessoas. Representam segmentos da sociedade que são constantemente atacados pelo fundamentalismo, pelo ódio e pelo preconceito”.


Segundo ele, todos políticos que se fizeram presentes na festa mostraram seu compromisso com a cultura da cidade, assim como com as milhares de pessoas que são parte dela. A festa é, também, “um momento de afirmação e de empoderamento de pessoas que lidam diariamente com o racismo, com a gordofobia, a homofobia e o preconceito social”.


De acordo com Sérgio Carvalho, “são pessoas tão dignas para nossa cidade como as que você citou. Não diminua o nosso povo. Todos têm a sua importância. Tenho orgulho de ter uma prefeita que compreende a dimensão social da cultura, da sua importância fundamental para a sociedade. Não como mero entretenimento, mas como pilar fundamental para o seu desenvolvimento”.


De acordo como dirigente da “Garibaldi Brasil”, em épocas de guerras, de obscurantismo, de censura, de hipocrisia e de fascismo crescente, como agora, “ter uma prefeita que tem esta compreensão é uma alegria, pois investir em cultura é investir em saúde, segurança, economia, em direitos e na paz social”.


Sérgio Carbalho disse ainda que o carnaval de Rio Branco foi realizado com a comunidade, em parceria plena. “Em momentos em que a violência impera, em que a crise econômica envolve o Brasil, em que discursos de ódio ditam suas regras perversas, o Carnaval traz alegria para a cidade, provoca o encontro da comunidade, das pessoas, faz a economia girar. É investimento! Pois a cidade também se alimenta de cultura, alegria e festa. Como disse Dom Helder Câmara: carnaval é só um pouco de sonho e alegria frente a uma realidade dura”.


Por fim, Carvalho pediu a Jamyl Asfury respeito à cultura popular e tradições. “Ao desqualificar a realeza de nosso Carnaval, desqualifica todo um movimento cultural e comunitário que são dignos de elogios por toda sua garra, beleza e espírito social e includente. Ao tentar desqualificar nossa prefeita e, por pura politicagem e muito longe de aspirações cristãs, querer instigar a desinformação e disseminar preconceito, somente revela o quanto não compreende a força transformadora da cultura. Ao querer dizer para prefeita o que ela deveria ou não fazer, mesmo inspirado por mentira, só demonstra aquele velho e mofado machismo que se dá ao direito de dizer onde uma mulher deve estar”, disse.


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