O presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, assinaram na manhã deste sábado (25), em Nova Déli, acordos de parceria entre os dois países nas áreas de segurança cibernética, biocombustíveis e ciência.
Os governos assinaram 15 acordos de cooperação, entre os quais, parcerias para ampliar investimentos e intensificar o uso e a produção de bioenergia e combustíveis como etanol, biodiesel, bioquerosene e biogás. Outro ato também incentiva a exploração de petróleo e gás entre os dois países.
Açúcar e etanol
Antes da viagem à Índia, onde fica até segunda-feira (26), Bolsonaro falou sobre o interesse em ver a Índia utilizar mais etanol em seus combustíveis. Neste sábado, após a cerimônia de assinatura dos acordos, o presidente brasileiro voltou a tocar no assunto.
“O etanol, essa tecnologia nossa, vindo para cá, acaba nos favorecendo também porque daí se produz menos açúcar aqui e ajuda a equilibrar o mercado”, afirmou Bolsonaro, que também cogitou a possibilidade de fabricação de carros flex na Índia por meio de empresas brasileiras.
Bolsonaro disse ter recebido do primeiro-ministro Narendra Modi pedido para que o Brasil retire um questionamento na Organização Mundial do Comércio (OMC) a respeito do açúcar.
No pedido à OMC, o Brasil argumenta que as políticas indianas de incentivo ao setor açucareiro local geraram prejuízos aos agricultores brasileiros e ajudaram a derrubar as cotações do produto no mercado internacional. Com os incentivos, as exportações de açúcar da Índia saltaram de 2 milhões de toneladas na temporada 2017-2018 para 5 milhões de toneladas em 2018-2019.
“Ele [Modi] me disse que o açúcar comerciado para fora equivale a 2% do montante. Então, isso é pequeno. Pedi ao Ernesto Araújo [ministro das Relações Exteriores] para [verificar] a possibilidade de rever essa posição do Brasil”, declarou.