A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), realizou nesta quarta-feira, 4, o 3º Encontro do Serviço de Acolhimento Familiar. O serviço, criado em 2013, proporciona a crianças afastadas da família de origem, o direito à convivência familiar e comunitária, à proteção e à vida através do acolhimento temporário em um lar provisório, que possibilite a reintegração na família natural.
“Eu recomendei à equipe da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos que fortaleça e amplie o Serviço de Acolhimento Familiar à medida que considero a melhor estratégia de proteção e acolhida às crianças e adolescentes que por alguma razão foram desligadas do convívio da sua família de origem. Estar numa instituição jamais vai oferecer a oportunidade que essas crianças precisam experimentar sobre a vivência familiar. Ali que se constitui valores a partir dos exemplos”, enfatizou a prefeita Socorro Neri que abriu o Encontro.
Atualmente apenas quatro famílias estão cadastradas pela Prefeitura de Rio Branco para participarem do programa. A secretária de Assistência Social, Vanuza Messias, destacou que a ideia é dar cada vez mais visibilidade à ação para que novas famílias se proponham a ajudar crianças e jovens que passam por esses momentos difíceis. “O perfil das Famílias Acolhedoras é que essas pessoas sejam maiores de idade, tenham uma renda fixa e idoneidade moral. Pessoas solteiras também podem ser acolhedoras, mas um dos critérios para que essas pessoas integrem o programa é que elas não queiram adotar a criança. Ou seja, é um amor sem posse. Aquela família vai ficar por um determinado período com essa criança e depois ela será reinserida no convívio com sua família de origem ou habilitação para a adoção”.
Ação tem parceria com o Conselho Tutelar e o Poder Judiciário do Estado do Acre, por meio da Vara da Infância e da Juventude de Rio Branco. A desembargadora Regina Ferrari disse que o programa proporciona a proteção e é um ato de amor. “As famílias acolhedoras são anjos que resgatam essas crianças, levam para o seio de suas famílias, para o calor familiar para que elas possam serem nutridas de afeto”.
A família da costureira Marizete Silva, de 45 anos, e do professor Francisco da Conceição Ferreira, de 57 anos, está cadastrada no programa desde 2015. “Estamos juntos há 23 anos e nós temos três filhos, mas quando ficamos sabendo do Família Acolhedora a gente reuniu com outras famílias da nossa comunidade (são membros ativos de uma comunidade religiosa) e decidimos abrir as portas da nossa casa a crianças que precisam de apoio, de cuidado e de proteção por estar longe de suas famílias”, contou Francisco.
Para Marizete a experiência é transformadora. “A criança chegou e participou da nossa rotina, foi acolhida e eu sabia que era temporário. Sou mãe e sou filha, sei que estar com a família é fundamental. Mesmo com afeto, torcíamos para que ela pudesse voltar para o seio da família dela. É coisa do coração”, contou emocionada.
Como se tornar uma Família Acolhedora
Famílias ou indivíduos, maior de 21 anos, sem restrição de gênero, raça, orientação sexual, crença ou estado civil podem se cadastrar no SAF desde que residam na capital, não possuam antecedentes criminais e não estejam inscritos no cadastro de adoção das Varas da Infância e Juventude, pois a família cadastrada não se habilita ao processo de adoção, mas sim de guarda provisória.
Uma vez cadastrada, a família acolhedora será orientada, capacitada e passará a ser acompanhada por equipe multiprofissional, que disponibiliza educador social, assistente social e psicólogo.
Os interessados em se tornar uma família acolhedora podem procurar o Conselho Tutelar, a 2ª Vara da Infância e da Juventude ou a sede do Serviço de Atendimento Familiar, temporariamente, localizada na Rua Mendes de Sá, 485, no bairro Bahia Velha ou ainda contatar o Departamento de Proteção Social Especial através do 3225-4404.