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Aos 35 anos advogado do Acre ainda chupa chupeta

Manias


Bizarras, esquisitas ou saudáveis, na maioria das vezes essas manias causam sofrimento e muito constrangimento para quem não consegue controlar suas obsessões. É o caso do próximo entrevistado, formado em Direito, que pediu para não ter o nome divulgado. Aos 35 anos de idade, o advogado trouxe à vida adulta um vício bastante peculiar na infância: chupar chupeta. Embora menos inofensivo à saúde, a mania pouco convencional para um adulto, precisa ser escondida a sete chaves pelo constrangimento da situação.


Foto Júnior Aguiar/Secom

“Hoje moro sozinho, o que ficou mais fácil quando tenho vontade de chupar chupeta. Há uns dois anos, por um vacilo, uma garota que eu namorava descobriu minha mania, rindo e prometendo contar para nossos amigos. Aquilo me incomodou tanto que algumas semanas depois terminei com ela. As pessoas podem achar engraçado, fazer piadas. Mas a verdade é que todo mundo tem sua mania. É como um viciado em cigarros, por exemplo, quando a vontade bate, ele vai lá e fuma. É uma forma de aliviar a pressão e o estresse do dia. Tudo isso são manias e ninguém escapa de ter pelo menos uma delas ao longo da vida. Chupar chupeta não é tão bizarro assim. É apenas um hábito bobo que cresceu comigo, mas que ninguém entende ou respeita, por isso mantenho escondido”, conta.


A Síndrome de Pica – distúrbio caracterizado por uma forte e incontrolável vontade de alimentar-se de produtos nem um pouco usuais – apesar de atingir pessoas de qualquer idade e sexo, é bem mais comum entre as grávidas e crianças. A causa desse problema ainda é desconhecida, entretanto, muitos profissionais apontam uma relação com distúrbios emocionais e deficiência de minerais, como ferro e zinco. Um caso muito curioso que ficou conhecido mundialmente foi o de uma mulher chamada Kelly-Marie Pearce que comia sanduíches feitos de duas fatias de esponja e recheio de areia no período em que estava grávida.


De acordo com o psiquiatra Rodrigo Morais, quando essas manias acabam virando hábitos, tiques e TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), então começa o problema. Buscar ajuda médica e psicológica nesses casos é fundamental.


“Essa mania de comer substâncias estranhas e não nutritivas está mais relacionada, na maioria das vezes, a algum transtorno mental, principalmente a deficiência intelectual, esquizofrenia e autismo, que nesse caso só é diagnosticado acima de dois anos. Mas também pode ser associada a deficiências graves nutricionais, deficiência de ferro e zinco. Importante ressaltar que essa condição só deve ser tratada como alotriofagia se o consumo desses materiais se prolongar por mais de trinta dias. Por isso é importante o diagnóstico para começar o tratamento”, explica.


O único sintoma da alotriofagia, também chamada de Pica ou picanismo, é o consumo de itens não nutritivos. Os mais comuns são:


O tratamento da alotriofagia pode variar de paciente para paciente, principalmente por que deve-se levar em conta a causa suspeita, como deficientes mentais, grávidas ou psicóticos, e pode ser relacionado a tratamentos psicológicos, mudanças ambientais, reestruturação familiar ou um simples tratamento com suplementos vitamínicos e mudanças na dieta.


Especialistas que podem diagnosticar a síndrome:


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