Oinverno amazônico chegou, mas o trabalho da Prefeitura de Rio Branco nos bairros, não para. Bem cedo, por volta das 6h, aproximadamente 40 homens e mulheres da Secretaria Municipal de Zeladoria da Cidade (SMZC) já estão espalhados em vários pontos realizando a limpeza e desobstrução dos córregos e bueiros.
Uma dessas frentes de trabalho esteve atuando na região da Baixada da Sobral, durante toda semana. A equipe que ficou responsável pelo córrego da Avenida Sobral encontrou pneu, fogão, ventilador, garrafas pet, sacolas de plástico e restos de lixo em geral, tudo acumulado. Até às 17h eles recolhem aproximadamente 40 toneladas de lixo doméstico, por dia.
O coordenador de drenagem e limpeza de córregos, Raimundo Nonato Neves, que tem 14 anos de experiência nessa área explica que “existe uma cultura de que se o cidadão paga imposto, só quem tem que cuidar do lixo é a prefeitura. Muitas pessoas apenas jogam de qualquer jeito na porta da casa e esperam que a prefeitura faça a limpeza adequada”.
Não é o caso do senhor Osvaldo da Silva Ferreira, motorista, que mora na Sobral há 16 anos. Ele é conhecido pelas equipes da Zeladoria por ser um dos moradores que não só mantem a limpeza de seu terreno, como ajuda na limpeza do bairro. “Sempre estou de olho nesse córrego. Percebo que o acúmulo de lixo é grande e quando dá reúno os vizinhos aqui pra gente mesmo limpar, quando não conseguimos chamamos a Prefeitura, que sempre nos atendeu muito bem. Tenho consciência que é um trabalho conjunto”, disse.
O descarte inadequado dos resíduos é um dos principais problemas enfrentados pelas equipes da Prefeitura. Muitas vezes o acesso ao córrego é difícil e com o acúmulo dos resíduos a intervenção da equipe se torna ainda mais trabalhosa.
“Um dos maiores problemas enfrentados por nós é a rede de drenagem. Causa transtorno. dificulta acessibilidade. Há casos em que não conseguimos realizar um trabalho mais criterioso ou mecanizado, acabando por realizar o trabalho de forma manual”, conta o secretário municipal de Zeladoria, Kellynton Carvalho.
Além de causar mau cheiro e risco de inundação, nesse período do ano, é um forte vetor de doenças como a dengue e a leptospirose. Um risco à saúde pública.
“O acúmulo de lixo nesses locais, próximos a residências e também por onde muitas pessoas passam andando é um forte potencial de proliferação de doenças graves, como a leptospirose e a dengue. É importante que a população se conscientize também do seu papel, porque eles são os mais afetados”, alertou o coordenador de Vigilância em Saúde, Félix Araújo.