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Justiça reduz pena de homem que matou, esquartejou e filmou crime

A Justiça do Acre acatou um recurso de apelação e reduziu a pena de André de Souza Martins, condenad a mais de 42 anos por matar, esquartejar e filmar a morte de Débora Bessa, em janeiro do ano passado. A decisão é da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Rio Branco.


Martins e Luciele Souza do Nascimento foram condenados a mais de 60 anos de prisão em regime fechado pela morte de Débora. Com o recurso, a pena do acusado reduziu para 36 anos, sete meses e 20 dias multas. Não há alteração na sentença de Luciele.


“Tiveram duas coisas que a defesa entendeu naquele momento que não estava configurado no crime: que teria sido em razão de organização criminosa e que a dosimetria da pena, que é a quantidade de pena, tinha sido muito elevada. Parte da nossa fundamentação o Tribunal acolheu e reduziu”, confirmou o advogado de Martins, Cláudio Baltazar.


O vídeo bárbaro em que Débora aparece sendo decapitada enquanto ainda estava viva foi usado pela polícia para identificar a autoria do crime. As imagens vazaram em grupos de WhatsApp e acabaram viralizando. Na delegacia, Martins chegou a confessar que matou Débora por vingança.


Débora Bessa foi esquartejada e o crime foi filmado em janeiro do ano passado — Foto: Arquivo da família

Débora Bessa foi esquartejada e o crime foi filmado em janeiro do ano passado — Foto: Arquivo da família


Indignação

Ao G1, a mãe de Débora, Irlanik Freitas, falou que soube da redução da pena do acusado na manhã desta quinta (3) por um telejornal. Indignada com o resultado, Irlanik lamentou que a Justiça tenha mudado a sentença e disse que passou o dia chorando após a notícia.


“Estou indignada. Achei justa a [primeira] sentença, me disseram que era máxima, que não tinha como recorrer e recorreram. O que mais me dói é que ele fica debochando, com certeza está debochando da minha família, de mim, que estava no julgamento e achei justo a sentença dele e agora choro de vergonha em saber que o Estado não pôde fazer nada. Pelo amor de Deus, não foi um crime comum, o cara arquitetou durante meses a morte da minha filha”, criticou.


A mãe disse que a família não tem condições de pagar um advogado particular para recorrer contra a atual pena de Martins. Além disso, ela afirmou também não acreditar que o crime não tenha relação com organizações criminosas.


“Chega a ser hipocrisia desse povo que diz fazer justiça por nós. É por isso que cada dia que passa os crimes contra mulheres aumentam. Como que esse povo acha que não foi um crime porque ela era de facção, quer dizer que se fosse podia matar, esquartejar e fazer o que quiser com ela?”, questionou.


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