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Time feminino de futsal do Colégio Acreano faz história em Palmas

No estado do Tocantis, as atletas do futsal feminino sub-17 do Colégio Acreano merecem palmas. Muitas palmas. Merecem infindáveis aplausos. Para chegar ao Tocantins enfrentaram nada menos do que três horas e meia de uma longa e exaustiva viagem de Rio Branco a Brasília. E depois de uma demorada conexão, mais uma hora e dez minutos de voo até a capital tocantinense.


Como se tudo isso ainda fosse pouco, no dia seguinte ainda teriam que realizar duas partidas pela fase classificatória. Uma pela manhã e outra à tarde. A partida da manhã aconteceu no ginásio municipal Airton Senna, que na verdade fica em um distrito de Palmas chamado Taquaralto.


Equipe sempre faz uma oração antes de iniciar a partida Foto: Stalin Melo

Foi contra o Colégio 13 de Maio, da cidade de Sorriso, no Mato Grosso. Elas voltariam a se encontrar na decisão pelo terceiro lugar, mas o resultado não poderia ter sido mais animador, 8 a 4 para as meninas do Colégio Acreano que, mesmo com o cansaço e a distância mostraram que o Acre está bem representado.


O  jogo da parte da tarde também foi realizado no ginásio Airton Senna em Taquaralto. Foi contra a equipe da Colégio Estadual Raimundo Neiva, do município de Palmeiras do Tocantins. Outro resultado surpreendente. Elas não tiveram dificuldades para ganhar de 9 a 2 do time tocantinense.


Marcação do Colégio Acreano foi sempre muito forte Foto: Stalin Melo

No dia seguinte elas voltariam à quadra, desta vez na Escola Técnica Integral Caroline Campelo, também em Taquaralto. O jogo foi contra a equipe do Colégio Sônia Henriques, do município de Laranjal do Jari, no Estado do Amapá. O terceiro resultado surpreendente, a terceira goleada das meninas do Acreano. Nove a zero nas amapaenses.


Classificação garantida, era hora de pensar no jogo das semifinais, que seria realizado contra o Colégio Elite, de Brasília. O jogo também aconteceu na quadra da Escola Caroline Campelo. O nervosismo e o ineditismo de uma competição nacional foram pontos negativos que influenciaram no placar de três a zero para as brasilienses.


Três anos sem jogos escolares

Ao se analisar o resultado de todas as partidas realizadas pelas equipes, a primeira impressão que se tem é que a participação acreana (como um todo) deixou a desejar. Mas não é bem assim. O Acre já não inscrevia atletas para a competição há pelo menos três anos.


Depois de três anos, Acre volta a participar dos Jogos Escolares Foto: Stalin Melo

Foi graças a determinação do governo, por meio de intensas ações do Departamento de Esportes da Secretaria de Educação, Cultura e Esportes (SEE), que as etapas municipal e estadual dos jogos escolares voltariam a ser realizadas em 19 municípios acreanos.


Com isso, quatro equipes acreanas se inscreveram e foram à Palmas para participar da fase regional/nacional: as equipes de futsal masculino e feminino sub-17 do Colégio Acreano, o vôlei sub-17 da Escola Craveiro Costa, de Cruzeiro do Sul (única do interior do Acre) e o futsal sub-14 do Colégio Militar Tiradentes.


Para o chefe do Departamento de Esportes da SEE, Júnior Santiago, a meta é continuar trabalhando para que, no próximo ano, mais escolas sejam classificadas para a fase regional/nacional a fim de representar o Acre nos jogos escolares. “É uma competição que revela talentos e vamos continuar apostando e acreditando em nosso esporte escolar”, destacou.


As ladies do Colégio Acreano

Das oito atletas do futsal feminino do Colégio Acreano que foram à Palmas, a metade delas tem nomes que iniciam com a letra L: Lorena, Lohana, Lilian e Larissa. As outras atletas são a Alice, a Isís, a Vitória e a Ketlen.


Uma das principais jogadoras é a Lorena, a camisa 10, cujo nome em latim indica tranqüilidade e integridade de ânimo, em especial nos momentos de tomar decisões definitivas, sendo próprio das mulheres que tratam seus assuntos com seriedade, evitando se comportar com negligência.


As atletas do Colégio Acreano obtiveram o melhor desempenho entre as equipes acreanas Foto: Stalin Melo noum certo sentido nesta definição. Lorena é a capitã da equipe. Talentosa, tem muita visão de jogo, distribui bem as bolas, dá excelentes assistências e dá uma certa tranquilidade ao time nos momentos em que o jogo está sendo dominado pelas adversárias.

Há um certo sentido nesta definição. Lorena é a capitã da equipe. Talentosa, tem muita visão de jogo, distribui bem as bolas, dá excelentes assistências e dá uma certa tranquilidade ao time nos momentos em que o jogo está sendo dominado pelas adversárias


Mas ela não está sozinha. A craque do time, por assim dizer, é a Lohana, a camisa 11, a mesma de grandes craques do futebol como Ronaldinho Gaúcho e Neymar. Tem estilo, destreza e habilidade com a bola. A goleira Larrisa, a Lari, como é chamada entre suas companheiras, também faz e fez, nestes jogos escolares, a diferença em favor do time acreano.


Uma técnica do barulho

Se fosse possível definir a técnica da equipe feminina de futsal do Colégio Acreano, a professora Rose Costa é uma espécie de leoa. Em todos os sentidos. Gritava, bradava com suas atletas, mas ao mesmo foi mãe, psicóloga e amiga de todas elas.


Com experiência de sobra, soube conduzir muito bem a equipe até a semifinal da competição. Durante o jogo, traçava estratégia, mostrava o melhor posicionamento das atletas e nos momentos certos e definitivos parava o jogo para orientar as jogadoras.


Rose Costa, professora e técnica da equipe, sempre dando muito apoio às atletas Foto: Stalin Melo

Logo após a goleada aplicada ao time do Amapá, ela não conteve as emoções. Abraçou as jogadoras e agradeceu o esforço de cada uma. Chegou a dizer: “Isso aqui é muito mais do que futsal, envolve vidas, vida dessas meninas, que precisam de uma oportunidade, isso é plenitude, é amizade, é família”.


Ela conseguiu levar o Acre a uma conquista inédita. Desde que os jogos escolares começaram a ser realizados nesse formato de finais regionais para se chegar a uma fase final, nenhuma equipe acreana, nem masculina e nem feminina, havia chegado tão longe (semifinal) na competição.


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