Justiça do Acre condena casal a mais de 100 anos de prisão por estupro

Após cinco anos, a Justiça do Acre condenou um casal a 110 anos de prisão em regime fechado por exploração sexual a menor de idade. Os crimes ocorreram em Marechal Thaumaturgo, cidade isolada do interior do Acre, em 2014, quando a Polícia Civil recebeu uma denúncia contra o casal.


Segundo a Justiça, o casal abusava sexualmente e ainda filmava as vítimas, que tinham entre 13 a 15 anos. Além disso, as vítimas eram obrigadas a também filmar o casal tendo relação sexual.


Os acusados foram julgados na Vara da Infância e da Juventude da Comarca de Cruzeiro do Sul, também no interior, esta semana. O G1 não conseguiu contato com a defesa dos acusados.


O casal foi condenado, além do crime de exploração sexual, também por praticar ato libidinoso para satisfação própria na presença de menores, estupro de vulnerável, oferecimento de bebida alcoólica, corrupção de menores, entre outros. Homem e mulher pegaram 55 anos, cada um, de prisão.


Investigação

Ao G1, o delegado responsável pelas investigações na época, Lindomar Ventura, contou que o marido e a mulher tinham uma loja de roupas na cidade. Para atrair as vítimas, os acusados prometiam emprego, dinheiro ou pediam para tirar fotos das adolescentes com as roupas da loja para divulgação das peças.


“Pelo depoimento, era exatamente isso. Eram atraídas com roupas – lembro que tinham fotos delas experimentando roupas -, bebidas e o casal aproveitava desse momento para abusar das meninas. Não lembro quantas vítimas, acho que eram seis, mas foi um trabalho que conseguimos apurar logo”, relembrou.


Ainda segundo Ventura, foram encontradas diversas fotos das vítimas no celular do acusado. No aparelho também tinham fotos dele pelado diante das meninas.


“Parece que sentiam um prazer mórbido em abusar e filmar. Colocavam as crianças para filmarem, tinham imagens dele nu, fazendo sexo e colocava para filmar. Era uma prática bem ordinária”, complementou.


O delegado acrescentou também que o casal chegou a confessar, na época, alguns dos atos, mas não deixava claro o que de fato tinha acontecido. As vítimas, segundo a polícia, eram pessoas de baixa renda e carentes.


“Me lembro que no interrogatório não deixaram claro tudo que tinham feito, admitiram depois que mostramos fotos. Disseram que chamavam as meninas para experimentar roupas porque tinham o corpo bonito, como tinham roupas novas queriam fazer fotografias como uma espécie de modelos”, disse.


Decisão

Na decisão, o juiz Marlon Machado destacou que os acusados preferiam meninas virgens. Houve casos em que o casal oferecia dinheiro para que as vítimas filmasse marido e mulher tendo relação sexual.


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