Na última semana, o secretário de Produção e Agronegócio (Sepa), Paulo Wadt, o presidente da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Tião Bocalom, e membros técnicos do setor produtivo do governo estiveram reunidos com comunidades indígenas de Feijó para discutir avanços nesta área em defesa da melhoria de qualidade de vida destes povos.
A reunião partiu de um convite do líder indígena Mário Kaxinawá, presidente da Organização dos Povos Indígenas do Rio Envira (Opire), com outras associações indígenas da região, representantes das etnias Huni Kuin, Shanenawa, Madija e Ashaninka.
O tema central foi a produção orgânica e sustentável em terras indígenas. Os representantes dos povos presentes apresentaram suas demandas e expectativas de parcerias com o governo do Estado, visando fomento da produção e assistência técnica.
Enquanto isso, os representantes do governo deixaram claro que o objetivo da gestão proposta pelo governador Gladson Cameli não é manter as associações indígenas dependentes do Estado, mas promover de fato a autonomia e cidadania em todas as comunidades tradicionais do Acre.
Foram quase três horas ininterruptas de reunião, muitas perguntas e diversos questionamentos sobre as formas dessa parceria governamental. Entretanto, o ponto em comum apontado por todos os representantes indígenas, diretores e membros das associações foi a segurança alimentar nas aldeias e a merenda escolar. A proposta apresentada por Nilo Júnior, Chefe do Departamento de Educação Escolar Indígena, foi de reiniciar os estudos de viabilidade do projeto de “merenda regionalizada”, enfatizando a necessidade de apoio às associações de produtores indígenas, fomento e assistência técnica permanente.
Segundo o secretário Paulo Wadt: “Essa é uma reunião que faz parte de um projeto do governo envolvendo o setor produtivo, educação e assistência social pra gerar avanços, incluindo melhorias na merenda escolar, já que queremos substituir a alimentação na área rural cuja base é enlatada, por alimentos produzidos pelos próprios produtores. E nas áreas indígenas, com a organização devida, isso pode fazer até com que esses povos entrem no Programa de Aquisição de Alimentos [PAA]”.
Ao término reunião, parte dos gestores do governo se deslocaram até a aldeia Shane Kaya, da etnia Shanenawa, na Terra Indígena Katukina Kaxinawá. Foram muito bem recebidos na comunidade e acompanhados por lideranças, professores e agentes agroflorestais, para conhecer as áreas de produção e os produtos daquela comunidade.
O presidente da Emater, Tião Bocalom, declarou após a agenda: “Quanto mais eu ando por nosso Acre, mais eu me apaixono por esta terra rica, que tem um povo trabalhador e quer vencer, extraindo a riqueza de nosso solo. Nesta viajem de cinco dias que iniciamos saindo de Rio Branco rumo a Feijó, Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves e Mâncio Lima, pudemos ver, ainda melhor, o potencial produtivo de cada município”.