Dados foram divulgados pelo governo, através da sala de situação. Governo do Acre solicitou ajuda das Forças Armadas.
No último relatório divulgado pela Secretaria de Meio Ambiente do Acre, os dados mostram as queimadas registradas nas áreas naturais protegidas do Acre – que totalizam 256 incêndios em 20 unidades monitoradas pela sala de situação montado pelo estado.
O último boletim leva em consideração os registros de queimadas de 1º até 21 de agosto deste ano, que são de 2.158. O governador Gladson Cameli decretou situação de emergência na última sexta-feira (23).
As queimadas no mês de agosto concentram 85% do total registrado durante este ano – 2.533 focos. A análise indica maior ocorrência de queimadas nas áreas particulares, discriminadas e projetos de assentamento, sendo que as propriedades particulares lideram o ranking.
Além disso, o estudo aponta ainda que, entre as áreas protegidas, a Reserva Extrativista Chico Mendes e do Alto Juruá lideram quando o assunto é queimada, com 99 e 48 registros, respectivamente.
O secretário do Meio Ambiente do Acre, Israel Milani, durante a coletiva feita para anunciar o decreto de emergência no estado devido às queimadas, já tinha esboçado preocupação com a área. A chegada das Forças Armadas, anunciada neste sábado (24), também devem ajudar a amenizar os impactos.
O reforço deve chegar ainda na próxima semana, acredita o governo federal.
“Com esse centro conseguimos, em tempo real, fazer o diagnóstico de tudo que vinha sendo desenhado no estado e em nível nacional. Com isso, há cerca de 20 dias observaram-se situações climáticas que poderiam acarretar em um descontrole, como baixa umidade do ar, ausência de chuvas por um tempo prolongado, chuvas abaixo da média histórica e número de focos de calor”, explicou durante coletiva na sexta.
Em 24 horas, bombeiros têm quase 90 chamados para combater queimadas na capital do Acre — Foto: Corpo de Bombeiros/Arquivo
Férias e folgas canceladas
E para atender toda essa demanda, a Comando do Corpo de Bombeiros suspendeu as férias e folgas de todo o efetivo do estado. A Corporação informou que essa é uma medida que ocorre todas as vezes que o estado se encontra em uma situação crítica.
“As pessoas que estavam com previsão de férias ou qualquer outro tipo de licença, em tempos de crise, é suspenso automaticamente. Nós trabalhamos por escala e a gente reduz essa quantidade de horas de folga. Fazemos todo um plano para poder adequar as nossas necessidades”, informou o major do Corpo de Bombeiros, Cláudio Falcão.
Decreto de emergência
O governo do Acre decretou, na manhã desta sexta-feira (23), estado de emergência devido ao período de estiagem no estado e ao número de queimadas. De acordo com a Secretaria do Meio Ambiente, o número de queimadas aumentou consideravelmente no Acre, se comparado ao ano passado.
De janeiro até 22 de agosto do ano passado, foram registradas 852 queimadas. Este número saltou para 2.498 entre janeiro até 20 de agosto deste ano – um aumento de mais de 190%.
Se considerados apenas os dias de agosto o acréscimo é relevante. De 1º a 22 de agosto de 2018, foram 408 focos de queimadas, que subiram para 2.123, aumentando em mais de 400% o número de registros.
Com o decreto, o governo estadual espera receber apoio técnico e logístico da União.
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