Acre se tornou um dos principais centros de disputa entre as maiores fações do país

O site UOL em parceria com o jornal O Estado de São Paulo publicou no último domingo (4) uma reportagem que mostra como o estado do Acre se tornou um dos principais centros de disputa entre as maiores fações criminosas do país, o PCC e o CV, que começaram uma guerra desde o fim de 2016. A briga se evidenciou novamente após um massacre em um presídio do Pará, que deixou 58 mortos, há exatamente uma semana, no dia 29 de julho.


Um levantamento do Observatório de Análise Criminal do Ministério Público do Acre (MP-AC) diz que as duas facções estão presentes nos setes estados da Região Norte, mas com diferentes graus de poder em cada estado. Ainda de acordo com a reportagem, há ao menos 17 facções espalhadas e atuando nos estados.


O Acre faz divisa com dois dos três maiores produtores de cocaína do mundo: Peru e Bolívia, somente a Colômbia não faz divisa com o estado. A situação é um termômetro para o resto da região. Com a terceira menor população do país, 869 mil pessoas, em 2017 foi rankeado como o segundo estado mais violento do país, com 63,9 homicídios por 100 mil habitantes, mais que o dobro da taxa nacional, que no mesmo ano foi de 30,8. Os dados são do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que apontou que em Rio Branco a taxa era ainda maior, impressionantes 83,7.


A principal causa desses números no Acre seria uma briga entre o CV e o PCC e seus aliados no estado, o Bonde dos 13 e a Irmandade Força Ativa Revolucionária Acreana. “A rota do (Rio) Juruá passou a ser cobiçada pelo Comando Vermelho, que hoje domina essa passagem. As mortes, que antes só ocorriam como punição disciplinar por ‘vacilos’ dentro das organizações, passaram a se acumular no Estado em razão da disputa pelo domínio territorial entre diferentes grupos”, disse Aldo Colombo Júnior, do Observatório do MP-AC, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo durante o encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, que ocorreu nesta semana em João Pessoa.


A disputa pelo rota do Rio Juruá é uma das mais disputadas da região pela geografia do Rio, que oferece uma logística perfeita para o crime organizado. O Rio nasce no Peru, cruza a fronteira, passa por Cruzeiro do Sul, segunda maior cidade do Acre, e depois corta o Amazonas até desaguar no Rio Solimões. No Solimões, a rota é ainda mais relevante, pois vem da tríplice fronteira com Colômbia e Peru, cujo domínio garante à facção Família do Norte (FDN) ser a força regional mais expressiva.


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Por Thiago Cabral, da Contilnet.


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