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Vítimas de explosão voltam para casa e relatam drama vivido

Dos quatro queimados que estavam em tratamento em Brasília, três já tiveram alta médica; previsão é que o outro seja liberado esta semana, dependendo da avaliação médica até a sexta-feira


Três das quatro vítimas da explosão do barco ocorrida em Cruzeiro do Sul e que estavam em tratamento em Brasília já receberam alta médica: Francisco Rodrigues de Oliveira, 70, José Francisco do Nascimento Neto, 48, e Francisco Rodrigues da Rocha, 55. A previsão é de que João Oliveira da Silva, 32, também seja liberado esta semana.


Os quatro estavam em tratamento no Departamento de Queimados do Hospital da Asa Norte (HRAN), em Brasília. Segundo o diretor do Departamento, médico José Adorno, eles chegaram ao hospital com uma média de 30% ou mais do corpo queimado, incluindo tronco, braços e, principalmente, pernas.


“São grandes queimados por fogo e desde que chegaram estavam fazendo curativos com sedação, utilização correta de curativos e coberturas, para se conseguir uma reepitelização (recuperação da pele) no tratamento deles”, explicou José Adorno. Segundo ele, o atendimento ainda inclui desde fisioterapia para reabilitação ao atendimento psicológico. Depois de liberados, eles terão que continuar o tratamento ambulatorial no Acre, como as fisioterapias.


“O encaminhamento deles é feito com referência para o Estado, para que os profissionais de lá possam atendê-los de acordo com o protocolo de atendimento a queimados”, explicou Adorno.


As vítimas da explosão do barco em Cruzeiro do Sul foram atendidas numa operação que envolveu governos estaduais, federal e a articulação da Sociedade Brasileira de Queimaduras, presidida pelo médico José Adorno. Elas foram transportadas para tratamento em Brasília, Goiás e Minas Gerais em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Esse transporte foi articulado pelo governo do Acre, por meio da representação em Brasília.


Na sexta-feira, 28, a secretária de Saúde do Acre, Mônica Kanaan Machado, esteve no Departamento de Queimados do HRAN tratando sobre a criação de uma unidade de queimados no Acre. Ela também foi verificar a situação das vítimas do acidente no Acre internados naquela unidade. “O objetivo é fazer com que se sintam abraçados e nos colocar à disposição para recebê-los de volta”, disse.


Renasci aos 70 anos

“Quem renasce aos 70 anos como eu renasci, tem mais é que comemorar”, afirma Francisco Oliveira. Na segunda-feira,1, ele já estava em Cruzeiro do Sul, na casa do filho Jonas, onde pretende ficar uma semana e seguir depois para Marechal Thaumaturgo, onde mora.


Sobre os momentos da explosão, Francisco conta: “Ouvi o estouro e fui jogado no rio. Mergulhei e quando subi e olhei para o barco, estava estourando tudo, só via gente caindo na água. Fui nadando junto com a correnteza até chegar no barranco. Senti meu corpo quente e frio ao mesmo tempo e não vi mais nada”.


Sobre o socorro e tratamento recebidos no Acre e em Brasília, ele garante: “Só tenho a agradecer, porque fui muito bem tratado: médicos, enfermeiros, remédios e atendimento a toda hora”. Ele diz que também se esforçou muito para se curar seguindo as recomendações médicas, inclusive da fisioterapia.


“Dói muito, mas eu fazia força. Era o mais queimado, com 32% do corpo atingido, mas saí primeiro. Agora é agradecer a Deus e seguir a vida”, orgulha-se Francisco, que não pretende ficar lembrando da tragédia.


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