Festival da Macaxeira, em Mâncio Lima, atrai pessoas de diversos lugares do mundo.
Brincadeira, dança e muita música é o que não pode faltar em um festival indígena. São cinco noites de imersão em uma cultura totalmente diferente. O evento atrai várias pessoas do Brasil, alguns países da América Latina e Europa.
Essa é a 3ª edição do Festival Atsa, que em português significa Festival da Macaxeira, que aconteceu em Mâncio Lima, interior do Acre. O primeiro dia de festa foi nesta quinta-feira (18).
“Foi o nome que encontramos para relembrar de nossos antepassados, dos seres aqui catequizados e o primeiro trabalho que fizeram foi plantar macaxeira. Então, colocamos esse nome para seguir na nossa memória a lembrança deles e nossa cultura”, explicou o cacique Joel Puyanawa.
Turistas
Iago Meert saiu da Bélgica para viver novas experiências.
“É muito diferente de nós. O povo da Europa não tem a floresta, medicina e artesanatos de vocês. Gosto muito daqui, da gente, da energia”, falou.
Conterrâneo de Meert, Bran Cordemans está pela primeira vez na Amazônia brasileira. Para ele, tudo é muito bonito.
“É maravilhoso, tudo fantástico. Uma experiência diferente”, disse em português
Turistas vêm da Europa para viver experiência em festival indígena no interior do Acre
Atrações
Para quem visita o local, além do festival, vai poder conhecer o artesanato e a culinária indígena com a utilização da macaxeira, que é a base da economia do povo Puyanawa. Por ano, produzem cerca de 400 toneladas de farinha.
Atualmente, vivem na aldeia quase 700 índios. O cacique complementou que esse é um momento de interagir com os indígenas e a floresta.
“As barracas estão oferecendo um potencial de conhecimento do que sabemos fazer da macaxeira. Tem um cardápio mais elevado esse ano, tem o artesanato e vai ter a trilha, com 11 quilômetros e vamos andar toda ela”, falou.
Além de aquecer a economia dentro da aldeia, o festival tem o objetivo de resgatar a tradição do povo que habita a região conhecida como Barão, na fronteira do Brasil com o Peru.
Valorização
Jenildo Cavalcante, que visitou o festival durante o primeiro dia, falou que muita das vezes moradores do próprio estado acreano deixam de aproveitar e valorizar a cultura e o trabalho desenvolvido pelos indígenas.
“Pessoas vindo da Europa, de países que completamente desenvolvidos, mas que querem vivenciar e conhecer a cultura indígena. Nós, que estamos a pouco quilômetros e minutos, deixamos de prestigiar e divulgar o que é nosso”, destacou o visitante Jenildo.
Para Luiz Puyanawa, uma das lideranças indígenas, o festival é o momento de mostrar para os visitantes as riquezas do povo indígena e ajuda a perpetuar a cultura do povo.
“É um reencontro das comunidades, das famílias, onde é discutido todo potencial artístico do povo, cultural, culinário e de uma sobrevivência do povo. É uma festividade que não tem violência e nem coisas químicas. É um mundo muito diferente e é legal que muita gente pudesse conhecer e vivenciar esse momento”, aconselhou.