Prefeitura, instituições e órgãos parceiros realizam VII Quinzena da Mulher Negra

A Prefeitura de Rio Branco, por meio da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos (SASDH), órgãos parceiros e entidades parceiras realizará de 15 a 31 de julho a VII Quinzena da Mulher Negra, que este ano aborda o tema Mulheres Negras das Vozes Silenciadas ao Grito da Denúncia, Vidas Negras Importam. O município preparou uma extensa programação, que inclui entre outras atividades mini cursos, audiências públicas, palestras, rodas de conversa e oficinas temáticas.


De acordo com Elza Neves Lopes, gestora do Departamento de Promoção da Igualdade Racial da SASDH, a quinzena é uma alusão ao dia 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU).


“As mulheres negras estão no topo das estáticas da vulnerabilidade social, são as maiores vítimas de violência doméstica e feminicídio (homicídio cometido contra mulheres que é motivado por violência doméstica ou discriminação de gênero). Então, esse 25 de julho, chega com esse objetivo: denunciar as atrocidades que acontecem contra as mulheres e também com propósito de fortalecer os laços da luta, os marcos legais, que defendem a mulher negra”, observou Elza.



A Prefeitura vai estar protagonizando algumas ações como rodas de conversa com mulheres nos CRAS e com adolescentes dos abrigos Sol Nascente e Maria Tapajós. A abertura do evento vai ocorrer no próximo dia 16, no auditório da Prefeitura, às 8h.



Advogada Lúcia Ribeiro, palestrante da abertura da quinzena observa que é importante lembrar o papel das mulheres na sociedade e qual contribuição que as mulheres trazem. Destacou que existe um grande avanço da participação das mulheres na política, no meio empresarial, nas academias e no Judiciário.



Lúcia salientou também que 51,7% da população brasileira é formada por mulheres, no entanto, as mulheres negras ainda são renegadas a situação de segundo plano. “Nós temos mulheres negras presentes nos espaços, mas elas estão sempre em exceção, é importante lembrar que o índice de violência contra mulheres é grande, mas o índice de violência contra mulheres negras é maior, mulheres que estão em situação de pobreza é grande, mas o percentual de mulheres negras é maior, as mulheres que são atendidas no programa de transferência de renda, a grande maioria são negras”, pondera.


A casuísta disse que é preciso perceber que o racismo faz parte da estrutura da sociedade brasileira, porque, o Brasil foi o país que mais importou pessoas negras como escravas e como o último país a abolir a escravidão, não criou nenhum programa de políticas públicas voltadas para essas pessoas, sejam homens, sejam mulheres.


“Foram 360 anos de escravidão que passou esse país, é importante fazer essa denúncia de que o racismo é um crime imprescritível e inafiançável conforme a Constituição brasileira, a Lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989, também coíbe, pune o crime de racismo, mas o que nós temos é uma estruturação desse racismo na sociedade brasileira, ele está arraigado e as pessoas não percebem. É necessário ter um dia como o dia 25 de julho para chamar a atenção pra essa situação das mulheres em geral”, sublinhou Lúcia.


PROGRAMAÇÃO:


 


Dia 16/07 – Abertura da Quinzena às 8h no Auditório da Prefeitura.


Dia 17/07 – Diálogo violência contra a mulher ribeirinha, indígenas e no campo, perspectivas e soluções 10 horas-Auditório da Aleac.


Dia 18/07 –  Mini Cursos sobre a Representação da Mulher Negra no Cinema- Ufac, das 14 às 18 horas.


Dia 23/07 – Roda de Conversa com jovens do Abrigo.


Dia 23/07 – Roda de Conversa no CRAS-DPIR/DPM-SASDH.


Dia 24/07 – Roda de Conversa no CRAS-DPIR /DPM-SASDH.


Dia 24/07 –  Oficina mulheres da SMZC DPIR/DPM- Beleza Negra/ Designer em sobrancelhas


Dia 25 /07 –  Mini Cursos sobre a Representação da Mulher Negra no Cinema- Ufac das 14 às 18 horas


Dia 25/07 –  Encontro Estadual de Mulheres Negras das 8 às 17 horas no Auditório da Prefeitura


Dia 27/07 –  SLAM DAS MINAS – Ato Cultural em homenagem a Mariele Franco.


Dia 30/07 – Audiência Pública na Ouvidoria da Defensoria Pública


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