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Motoristas de ônibus fazem ato contra corridas compartilhadas feitas por taxistas em Rio Branco

Após os taxistas de Rio Branco anunciarem o começo das corridas compartilhadas, motoristas e donos de empresas de ônibus fizeram um ato, nesta quinta-feira (11), em frente a Câmara dos Vereadores de Rio Branco.


A ideia é pressionar para que os vereadores não aprovem a legalização da atividade. O anúncio dos taxistas ocorreu na segunda (8). Segundo o tesoureiro do Sindicato dos Taxistas, Teonísio Machado, a medida é para tentar driblar a queda no faturamento depois da chegada dos motoristas por aplicativos.


Em reportagem publicada na quarta (10), Machado afirmou que a categoria, para não sucumbir por causa da crise econômica e da entrada dos aplicativos de mobilidade, resolveu buscar esta alternativa.


O tesoureiro disse ainda, durante o ato desta quinta, que espera que a regularização da atividade seja feita de forma coerente para que eles possam trabalhar sem mais prejuízos.


“A Câmara nos atendeu de portas abertas os vereadores são sensíveis a nossa causa, já conhecem a nossa problemática de mais de 3 anos desta luta dos transportes coletivos assolando todo o sistema e sabem da necessidade hoje do taxista de procurar alternativas para sobreviver no sistema. Sabem que a população é a favor do táxi compartilhado, porque as pessoas vão sair mais das paradas de ônibus e vão usar transporte de qualidade”, disse.


O diretor da Superintendência de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTrans), Nélio Anastácio, chegou a confirmar que não há previsão legal para esse tipo de corrida para os taxistas.


O vereador Laércio da Farmácia apresentou um projeto de lei na Câmara dos Vereadores, que propõe a legalização das corridas compartilhadas. A ideia do parlamentar é tentar compensar as perdas que os taxistas estão tendo com os transportes por aplicativo.


Motoristas de ônibus são contra corridas compartilhadas feitas por taxistas  — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre

Motoristas de ônibus são contra corridas compartilhadas feitas por taxistas — Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre


‘Não tem como sobreviver’

O ato contra a regulamentação da atividade, reuniu vários motoristas. O presidente do sindicato da categoria, Francisco Marinha, disse que a medida pode prejudicar os trabalhadores do transporte coletivo e gerar, inclusive, mais demissões.


“Vai prejudicar em tudo. Na verdade, a gente vai ficar apenas com estudantes, cadeirantes e os que possuem gratuidade. É isso que vai acontecer e a gente está aqui lutando para que isso não venha acontecer, porque os taxistas já têm a concessão deles, nós vivemos do transporte coletivo diariamente. Com a entrada da Uber já deu o que deu: muita demissão e agora, se acontecer isso, realmente vai mais gente perder seu emprego. Na verdade, não tem como a empresa sobreviver do jeito que está aí”, destacou.


Durante o ato, os motoristas deixaram diversos ônibus parados em frente a Câmara, o que deixou o fluxo de veículos lento no Centro da capital acreana, durante a manhã. Representantes dos motoristas de ônibus e empresários foram recebidos e uma audiência pública deve ser marcada para discutir a proposta.


*Colaborou Luízio Oliveira, da Rede Amazônica Acre.


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