Na outorga de graus da Estrela do Acre, nova geração de governadores se compromete a concentrar esforços no desenvolvimento da Amazônia, abrindo a região para os mercados dos países asiáticos
O encontro dos governadores do Amazonas e de Rondônia no estado, por ocasião da abertura da Feira de Agronegócios do Acre, a Expoacre 2019, serviu muito mais que um evento protocolar entre chefes de Executivos, ela marca um divisor de gerações de novos governadores comprometidos pelo desenvolvimento da Amazônia, numa agenda que de uma vez por todas, retire do papel projetos de crescimento da economia regional.
Na noite deste sábado, 27, ao serem agraciados pelo mérito da Grã-Cruz da Estrela do Acre, a mais alta honraria concedida pelo Governo do Estado, os governadores Marcos Rocha (Rondônia) e Wilson Lima (Amazonas) externaram esse entusiasmo, com o governador Gladson Cameli, em torno de uma pauta comum com vistas ao fortalecimento do setor produtivo agrícola, com a desburocratização tributária e na atração de capitais externos que possam movimentar a Zona de Processamento de Exportação, a ZPE do Acre.
“Às vezes, as políticas econômicas desse país são injustas com a Amazônia, com o monopólio dos grandes centros do Sul e do Sudeste. Mas devemos pensar num país que possa olhar para todos os estados, inclusive os nossos, onde 26 milhões de moradores abaixo da linha da pobreza esperam por uma oportunidade de vida melhor”, afirmou Gladson Cameli para membros da Ordem da Estrela do Acre, representantes dos poderes Legislativo, do Judiciário, diplomatas, prefeitos e secretários de Estado.
As palavras do governador do Amazonas, Wilson Lima, também convergem para a mesma direção. “Estamos vivendo neste momento, uma ruptura na história de nossos estados, com um antes e o agora, muito mais consciente de que devemos ter responsabilidades diante do déficit orçamentário, das dificuldades financeiras por quais estamos passando, mas com um entendimento muito grande, enquanto líderes de que estaremos unidos para realizamos uma conexão com os mercados asiáticos por meio do Acre e por meio dos nossos irmãos peruanos e os seus portos no [oceano] Pacífico”, destacou o governador do Amazonas.
O pensamento do governador de Rondônia, Marcos Rocha, é o de que todos os estados, incluindo Roraima, Tocantins, Pará e Amapá caminhem em bloco para vencer os percalços que entravam o desenvolvimento.
“Me perguntaram se eu também considerava o Acre um estado rival de Rondônia. E eu disse: ‘Não, nunca fomos rivais’. Pelo contrário, somos irmãos por entendermos que sofremos dos mesmos problemas, que temos as mesmas preocupações, mas que sem dúvidas, vamos vencer, caminhando em bloco, trazendo a alegria de volta para a nossa população. O nosso povo clama por emprego e renda e é inadmissível que ele tenha que viver sofrendo, com tanta riqueza na Amazônia”, ponderou Marcos Rocha.
Dignos da honraria
Instituída no dia 24 de fevereiro de 1976, a Estrela do Acre é uma forma de homenagear pessoas físicas e jurídicas que por seus feitos em favor do Acre tornaram-se dignos da honraria. A comenda é subdividida em graus, sendo a primeira a de Grã-Cruz, a segunda, Grã-Oficial, a terceira de Grão Comendador e por último, a de Grã-Oficial.
O governador Gladson Cameli é o Grão-Mestre da Ordem da Estrela do Acre, enquanto que o secretário da Casa Civil, José Ribamar Trindade de Oliveira, é o chanceler da Ordem da Estrela do Acre.
No grau da Grã-Cruz da Ordem, foram agraciados o vice-governador do Estado do Acre, Major Wherles Rocha, o governador do Estado do Amazonas, Wilson Lima e o governador do Estado de Rondônia, Marcos Rocha.
Já no grau de Grã-Oficial, os homenageados foram o senador Sérgio Petecão, a presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Acre, Nicolau Junior, a prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem, o prefeito de Feijó, Kefren Cavalcante, o prefeito de Sena Madureira, Mazinho Serafim e a prefeita de Tarauacá, Marilete Vitorino.
No grau de Comendador da Ordem, a honraria foi para o coronel Amarildo Camargo, chefe do Gabinete Militar do Governo do Estado do Acre, para o diplomata Teobaldo San Matin, cônsul da República do Peru em Rio Branco e para Carlos Eduardo de Rivas Guedes, cônsul do Brasil em Cobija.
No Grau de Grã-Oficial, Paulo Roberto Correia Silva, superintendente da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia.