No Hospital de Referência do Juruá, as cirurgias eletivas tinham sido suspensas desde o início do ano passado e só foram retomadas na última segunda-feira (3). Com falta de insumos e de materiais para as operações, mais de mil pacientes aguardam para fazer um procedimento cirúrgico.
Desde janeiro deste ano, o desempregado Paulo da Silva, de 27 anos, sofre com uma hernia guinal e precisa fazer uma cirurgia, mas não consegue o procedimento, pois não tem condições financeiras para pagar em uma clínica particular.
Ele conta que deixou de trabalhar por conta do problema de saúde e está preocupado, porque só conseguiu agendar a cirurgia para o dia 16 de junho de 2020.
“Eu estou impedido de trabalhar e procurar emprego por causa desse problema. Não posso pegar peso que pode estourar ou descer para o escroto, como o médico mesmo falou. E o médico disse que só pode fazer em junho do próximo ano. Acho isso um tempo muito prolongado para quem tem família e precisa trabalhar para sustentar. Sem contar que o problema pode se agravar ainda mais nesse longo período”, reclama Silva.
O diretor-geral da unidade de saúde, o médico Marcos Lima, disse que os materiais e insumos que faltavam para realizar as cirurgias já foram adquiridos pelo governo. Uma equipe de anestesistas também já está contratada para atuar no hospital.
“O governo, ao longo desses cinco meses, tem feito o pagamento do valor do convênio entre a Secretaria de Saúde e o hospital em dias. Existe uma dívida, mas está sendo negociada e isso permitiu que a gente retome a nossa rotina de atendimento”, garante Lima.
Segundo o diretor, a unidade vai traçar um planejamento para agilizar o atendimento e reduzir a fila no menor tempo possível. “Vamos traçar estratégias de fazer uns atendimentos extras para que possamos ir viabilizando esses procedimentos o mais rápido possível”, garantiu.